Na opinião do analista russo Ilya Kharlamov, este cenário foi muito eficaz no caso do Brasil. A ex-presidente do Brasil foi afastada depois de uma campanha para manchar a sua imagem. Michel Temer, destacou o especialista, foi informador da Agência Central de Inteligência (CIA), segundo as informações do portal WikiLeaks. O novo líder brasileiro já anunciou a venda dos ativos petroleiros do Estado, que podem ir parar às mãos dos que não estavam satisfeitos com Dilma. Uma outra coisa interessante é que foram as agências de rating norte-americanas que prestaram a maior atenção ao fato de o país estar numa situação econômica muito grave.
O apetite dos EUA estende-se também para outros países da América Latina, inclusive à Venezuela, que desenvolve de forma ativa relações com a Rússia. O presidente deste país fala abertamente sobre conspirações organizadas pelos EUA. Agora o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou mesmo o seu desejo de desenvolver boas relações com os EUA, o que aconteceu no meio das discussões sobre o referendo e sobre a saída de Maduro do poder.
A tentativa de neutralizar a influência dos BRICS tornou-se uma tendência política estável. No contexto das ambições globais podemos lembrar também a Europa, o Oriente Médio e a África do Norte, afirmou Kharlamov. Com certeza, os EUA não conseguem fazer tudo o que querem. Este é o maior perigo para os EUA, que podem não ter capacidade suficiente para manter os seus apetites geopolíticos, como aconteceu no caso do o Império Otomano, que se estendia dos países Balcânicos até a Ásia Central e da Crimeia até Marrocos. No início do século XX esta construção gigantesca desintegrou-se. Quem sabe se o mesmo não pode acontecer aos EUA se estes não desistirem das suas ambições?