Depois de conversar no fim de semana passado com o secretário-geral da OPEP, Mohammed Barkindo, o ministro da Energia saudita Khalid al Falih teria resolvido então apoiar o plano que prevê um corte coletivo de quase um milhão de barris por dia durante um ano. Falih também aceitou que o Irã aumentasse a produção para 3,7 milhões de barris diários, ainda de acordo o The Wall Street Journal.
Na quarta-feira (28), a OPEP concordou em congelar os volumes de produção de petróleo bruto em 32,5 milhões de barris por dia, reduzindo o nível atual de 33,24 milhões. O ministro saudita, porém, foi ainda mais longe, assumindo o compromisso que Riad havia recusado durante meses, e aceitou o fato de que o Irã, conhecido rival do reino, ficaria essencialmente livre de ver fixados os seus limites de produção. O que aconteceu?
A este respeito, um relatório da OPEP que advertia sobre a continuidade do excesso da oferta mundial de petróleo 2017 adentro atraiu particularmente a atenção do ministro da Energia saudita. Os dados do relatório sugeriam que "a dor econômica dos baixos preços do petróleo" durariam mais do que o ministério havia calculado, segundo explicou o jornal, acrescentando que outros fatores significativos haviam sido a custosa guerra travada por Riad no Iêmen e a "erosão" do padrão de vida da classe média no reino.
"A pressão foi aumentando", disse uma fonte próxima ao Ministério do Petróleo da Arábia Saudita. "Falih e o governo perceberam que precisavam mostrar que fazem mais do que observar como a sua economia e as outras sofrem", acrescentou.
Além disso, Falih e outros funcionários sauditas estariam preocupados com o fato de que os preços abaixo de US$ 50 por barril em 2017 afetariam a avaliação da companhia petrolífera estatal Saudi Aramco, peça central do plano de Riad para transformar a economia do país e acabar com sua dependência do petróleo.