O diplomata antecipou a cúpula do grupo, que terá lugar em 15 e 16 de outubro em Goa, no sul da Índia, país presidente de turno do grupo no ano corrente.
"Não há mudanças e, para falar a verdade, eu não acho que devemos ter pressa neste assunto. Em muitos aspectos, nós estamos, como antes, na procura da nossa identidade", disse o vice-ministro.
"Esta união é ainda muito nova", explicou ele.
BRICS não temem Temer
"O contraterrorismo é um dos exemplos em que a parte brasileira desempenhou um papel ativo, positivo", se manifestando a favor de um "diálogo não só ativo, mas interativo", frisou, destacando que o rumo tomado pelo presidente Michel Temer mostra "continuidade".
O vice-ministro russo destacou mesmo este aspecto. "Todos os países do grupo BRICS enfrentam de alguma maneira o terrorismo, este desafio tem para nós um caráter permanente e muito agudo; não só fazemos declarações, como também iniciamos uma cooperação prática", disse Ryabkov.
Ele não deixou de mencionar também que o assunto da Síria fará parte tanto das negociações no âmbito da cúpula, como da declaração final. Disse ainda esperar que os quatro parceiros restantes apoiem a postura russa em relação ao conflito no país árabe.
"O principal aqui é que nenhum dos países dos BRICS está pronto para apoiar uma solução militar do que acontece no Oriente Médio, um esquema de mudança violenta de governos indesejáveis, uma distinção entre terroristas 'bons' e 'ruins'", ressaltou.
Os destaques de 2016 para os BRICS foram o início das atividades do Banco dos BRICS e a recente criação do Centro de Pesquisa Agrícola. No ano passado, a cúpula do grupo, celebrada na Rússia, decorreu junto com a da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês); a segurança internacional e a cooperação econômica e empresarial foram os destaques.