O analista Sergei Filatov descreveu ao jornal Izvestia seis implicações deste passo.
A primeira consequência possível respeita "à revisão drástica das relações políticas entre Washington e Riad, o que não é do seu interesse. Entretanto, eles terão de tomar em consideração a 'vox populi' na Colina do Capitólio [Congresso dos EUA] e as regras do tribunal em particular".
"Parece que os legisladores norte-americanos se esqueceram do fato de que abriram uma caixa de Pandora. A partir deste momento, eles podem esperar uma avalancha de processos judicias contra os EUA em outros países do mundo, inclusive na Coreia, Vietnã, Líbia e na antiga Iugoslávia, onde os EUA mataram muitos e destruíram infraestruturas", disse Filatov.
Terceiro, a deterioração das relações entre os EUA e a Arábia Saudita no meio de uma guerra na Síria "enfraqueceu dramaticamente a posição de Washington neste conflito e na região", notou o analista.
A quarta consequência poderá estar relacionada com o congelamento de ativos sauditas em bancos norte-americanos, estimados em centenas de bilhões de dólares. Segundo Filatov, esta estratégia não é nova. Já foi usada para congelar ativos de 210 bilhões de dólares de ativos líbios.
A quinta implicação pode envolver a medida de resposta saudita – vender 750 bilhões de dólares de ativos sauditas nos EUA. Este passo pode provocar "consequências imprevisíveis para o mercado financeiro internacional, que já está frágil", acrescentou o analista.
Se isso acontecer, será mais provável que a Arábia Saudita reajuste sua política externa.
"Neste contexto, podemos esperar que altos responsáveis oficiais sauditas realizem uma visita a Moscou, especialmente tendo em conta que Rússia aumentou sua presença militar na Síria", concluiu Filatov.