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Líderes esperam que prisão de Cunha não interfira em votação da PEC 241

© Lucio Bernardo Jr./Câmara dos DeputadosDeputados durante sessão na Câmara
Deputados durante sessão na Câmara - Sputnik Brasil
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Após passar a noite na cela da Superintendência da Polícia Federal, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixou a carceragem nesta quinta-feira (20) para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba.

O ex-deputado federal, Eduardo Cunha, é preso e transferido de Brasília para a sede da Polícia Federal em Curitiba - Sputnik Brasil
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Após prisão, Justiça Federal bloqueia mais de R$ 220 milhões de Eduardo Cunha
Depois do procedimento considerado padrão, Cunha foi levado de volta para a Superintendência da PF. De acordo com a Polícia Federal, Eduardo Cunha está sozinho na cela de apenas 12 metros quadrados, separado dos demais presos da Operação Lava Jato.  Na primeira refeição, o ex-deputado comeu a mesma alimentação dos outros presos, composta de feijão, arroz, frango e salada. Assim como os demais detentos, Cunha vai ter direito a uma hora de banho de sol por dia, e receber a visita de familiares uma vez por semana.

Por enquanto, a Polícia Federal informa que não há previsão para que o ex-presidente da Câmara dos Deputados preste depoimento.

Cunha foi presto na quarta-feira (19), após autorização do juiz federal Sérgio moro, que acatou pedido de procuradores do Ministério Público que atuam na Lava Jato.

O ex-presidente da Câmara é acusado de recebimento de propina, participação em organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sua prisão é por tempo indeterminado, pois segundo Sérgio Moro, por conta dos recursos financeiros que possui, Cunha pode atrapalhar as investigações, além de possível fuga do país, já que tem cidadania italiana.

A prisão de Eduardo Cunha caiu como uma bomba no plenário da Câmara. Lideranças partidária esperam que a prisão do ex-deputado não interfira nas próximas votações na Casa, como a da PEC 241, que limita o teto de gastos públicos e vai ser votada pela segunda vez na próxima semana.

Para o líder do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, de São Paulo, a prisão de Cunha não vai alterar a rotina de trabalho na Câmara.

"A Câmara continua funcionando normalmente. Até porque ele já não tinha ingerência nenhuma na Câmara, na medida em que ele não era mais deputado."

O líder da Rede, deputado Alessandro Molon, do Rio de Janeiro, ressaltou que a prisão de Cunha reafirma que seu partido e o PSOL agiram de forma correta ao pedir a cassação do ex-presidente da Câmara, aprovada em setembro em Plenário. "Foi a cassação que permitiu que essa prisão de hoje ocorresse. Portanto, o Parlamento deu uma contribuição importante ao retirar dele o mandato parlamentar." 

Já de acordo com o vice-líder do PT, deputado Henrique Fontana, do Rio Grande do Sul, a prisão do ex-presidente da Câmara pode acarretar em uma grande mudança no cenário político, que resultará na queda do presidente Michel Temer.

"A delação de Cunha provavelmente vai acelerar a queda do governo Temer." 

O líder do PPS, Rubens Bueno, do Paraná, analisa  a prisão de Eduardo Cunha como uma forma de por fim ao discurso de perseguição seletiva na Operação Lava Jato. "Aqui está claro que o jogo é pra valer. Nós estamos passando o Brasil a limpo. Esse cumprimento da Justiça. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Receita Federal está dando esta grande contribuição para o País.” 

No entanto, a líder da Minoria, maior bancada de oposição ao governo Temer, deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ) alerta que a prisão do ex-presidente da Câmara não deve servir como oportunidade para calar outras discussões importantes na Casa e muito menos seja determinante para uma possível prisão do ex-presidente Lula, que recentemente virou réu na Lava Jato, ao ser acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

"Obviamente que a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha era esperada, até achamos que ela levou um tempo maior do que esta Casa esperava, na medida em que havia provas. O que eu acho é que precisamos ter a preocupação de que isso não seja uma cortina para justificar com uma falsa isenção, a prisão do ex-presidente Lula, que não pode ser feita. Não há fato novo, não há prova, não há nada que o inclua na lista dos réus."

O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) discordou da líder da Minoria e afirmou que a Lava Jato está acima de governo ou partidos políticos. "As instituições funcionaram no período do governo do PT, o PT foi afastado por este Parlamento. Hoje existe um governo do PMDB e as mesmas instituições continuam a funcionar, inclusive prendendo um ex-deputado filiado ao partido do presidente da República. O que demonstra que a Justiça não se submete aos partidos políticos e aos governos."

Antes de ser levado para a Superintendência da Polícia Federal, no Paraná, Eduardo Cunha se manifestou pelas redes sociais classificando sua prisão como absurda, sem nenhuma motivação, e que levou em consideração  argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal. 

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