Ele disse que sua família vive em um bairro de Aleppo controlado pelo exército sírio, Al-Jaberiya. Este fato exclui a possibilidade de um ataque aéreo por parte da Força Aérea síria ou da Força Aeroespacial da Rússia.
“O meu filho de seis anos, que morreu neste incêndio, acordou de manhã cedo quando todos estavam dormindo e acendeu uma vela para ir ao banheiro. Depois disso, ele se esqueceu de apagar a vela quando voltou. Sua irmã mais velha acordou com o cheiro a fumo e começou gritando e tentando acordar a mãe. Sua mãe em pânico não teve logo a ideia de sair com as crianças, mas saiu ela mesma para pedir ajuda aos vizinhos e quando ela abriu a porta o fogo começou alastrando muito depressa pelo apartamento por causa do oxigênio. A filha mais velha também consegui escapar de casa, enquanto Ahd e seu irmão mais novo ficaram lá dentro. Eu, com os vizinhos, consegui apenas salvar Ahd, que foi levada ao hospital al-Razi com queimaduras de terceiro grau.”
Agora Ahd precisa de múltiplas operações, inclusive plásticas. O pai descreve sua filha de 11 anos como muito bondosa, compassiva e cuidadosa.
“Mostraram-me as fotos da minha filha em notícias onde se falava de uma menina síria que sofreu com os bombardeios da aviação síria e russa. Quero lembrar que as fotos de crianças não devem ser um meio de propaganda na guerra… É uma guerra maldita, e não se pode usar fotos das nossas crianças para atingir seus objetivos!”, acrescentou o pai.
“Nós lhe ministramos o necessário tratamento primário e começamos o curso de reabilitação médica, e já ultrapassamos a etapa em que a vida da menina estava em perigo. Agora ela está estável, mas o tratamento levará muito tempo antes de ela receber alta. As cicatrizes de queimaduras permanecerão no seu corpo se não se suavizar sua aparência com operações plásticas”, explicou o médico.