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Presidente do Senado critica PF e vai recorrer de operação realizada na Casa

© Jane de Araújo/Agência SenadoPresidente do Senado, Renan Calheiros, concede entrevista em Brasília.
Presidente do Senado, Renan Calheiros, concede entrevista em Brasília. - Sputnik Brasil
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O presidente do Senado, Renan Calheiros criticou nesta segunda-feira (24) a ação da Polícia Federal na Casa durante a operação Métis, que resultou na prisão de quatro policiais legislativos na semana passada acusados de obstruir as investigações da Lava Jato, para favorecer alguns senadores.

Polícia Federal durante a operação, que prendeu 4 policiais legislativos suspeitos atrapalhar a Lava Jato - Sputnik Brasil
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Senadores se defendem contra suspeita de atrapalhar a Lava Jato
Num discurso forte, Calheiros disse que vai ingressar com uma ação, através de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF),  no Supremo Tribunal Federal (STF), por causa da Operação Métis, deflagrada na última sexta-feira (21) pela Polícia Federal, após autorização do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. 

Chamando Vallisney de Souza Oliveira, de "juizeco", o presidente do Senado, disse que não é porque ele está sendo investigado na Operação Lava Jato, que vai se calar diante da ação da Polícia Federal no Senado. Segundo Calheiros, somente o STF poderia autorizar uma operação da Polícia Federal na Casa, não um juiz de primeira instância.

"A submissão ao modelo democrático, não implica em comportamentos passivos diante desses abusos. A nossa trincheira tem sido sempre a mesma, a Justiça, o  processo legal sem temer esses arreganhos, truculência, intimidação. Eu tenho ódio e nojo a métodos fascistas. É uma ADPF no sentido de fixarmos claramente as competências dos poderes, porque um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder. Busca e apreensão no Senado Federal só se pode fazer por decisão do Supremo Tribunal Federal."

Os policiais legislativos presos são acusados de realizar varreduras em imóveis particulares de senadores para localizar e destruir eventuais escutas telefônicas que foram instaladas pela Justiça, e assim atrapalhar a Lava Jato, que investiga parlamentares em crimes de corrupção.

De acordo com Renan Calheiros, as varreduras feitas pela Polícia Legislativa fazem parte de uma rotina no Senado, mas  o presidente do Senado não respondeu à imprensa ao ser questionado sobre os fatos narrados em depoimento feito por um policial legislativo, denúncias que deram origem a essa investigação da Polícia Federal, como por exemplo, as varreduras realizadas em imóveis particulares, da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e dos senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA), além do ex-senador e ex-presidente da República, José Sarney.

De forma generalizada e sem dar detalhes, Calheiros disse que todas essas varreduras realizadas fora do Senado passam pela presidência porque ele precisa autorizar os gastos para a ação.

"Publicamente, na forma do regimento regulamentado, uma atividade como rotineira, com equipamentos que já foram pedidos emprestados pela Polícia Federal, você querer vincular isso a uma operação. Eles (senadores) pediram as varreduras logo depois de uma operação de buscas e apreensão da Lava-Jato, porque os senadores se sentiam invadidos na sua intimidade. A maioria das pessoas que requisitaram não são sequer investigadas."

Defendendo a atuação da Polícia do Senado, Renan Calheiros garantiu que todas as 17 varreduras realizadas desde 2003 pedidas por parlamentares, foram feitas de acordo com a Constituição e o regimento interno da Casa. De acordo com o presidente do Senado, em nenhuma das varreduras foram registrada anomalias.

 

 

 

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