Sala, presidente da ONG Tupac Amaru, foi detida no dia 16 de janeiro em sua casa, na província de Jujuy, por ordem direta do governador Gerardo Morales, acatada pelo Juiz Raúl Gutiérrez, sob a acusação de incitação ao crime, à violência e à desordem. Sala organizou o acampamento da Rede de Organizações Sociais instalado na frente da sede governamental, em Jujuy.
A prisão foi denunciada por diversos movimentos sociais na Argentina e informada a diversos organismos internacionais e aos Parlamentos da Europa e do Mercosul. Sem mandado judicial, policiais invadiram sua residência, sob a alegação de busca de documentos da ativista. Essa foi uma das primeiras detenções ocorridas logo após a posse do presidente Maurício Macri.
A Anistia Internacional, o Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS) e a Associação de Advogados e Advogadas do Noroeste Argentino em Direitos Humanos e Estudos Sociais (ANDHES) também afirmaram que a detenção da ativista afronta a independência do judiciário.
Já segundo o grupo de trabalho da ONU, o governo argentino impediu o exercício de defesa de Sala e foi vago nas acusações feitas à acusada. O movimento em defesa da ativista observou ainda que Sala, por sua condição de parlamentar do Mercosul, desfrutava de foro especial que impedia sua prisão, motivada unicamente por sua defesa dos direitos humanos.