Salgado aproveitou a premiação para falar das mudanças bruscas que a nossa espécie vem provocando no planeta, que levaram à destruição de ambientes naturais e de civilizações primitivas e que podem levar a própria humanidade a uma situação sem volta.
Na opinião do fotógrafo, a nossa espécie está vivendo completamente fora da realidade, consumindo muito mais do que o planeta pode dar e indo para um “buraco sem saída”.
“Não é uma crise do capitalismo. É muito mais do que isso. É a crise existencial de uma espécie. Vamos ter que fazer uma autocrítica de toda nossa maneira de viver, de consumir, se comportar e se relacionar. Eu tenho uma grande esperança no planeta, mas não sei se a espécie humana vai sobreviver, estamos indo diretamente contra a parede. É uma crise planetária” – explicou Salgado, segundo relata Agência Brasil.
Economista por formação, Salgado já percorreu todos os continentes da Terra, desde 1973, quando se iniciou na carreira de fotógrafo, após uma viagem à África. Autor de vários livros de fotografia, frutos de projetos elaborados ao longo de anos, incluindo Trabalhadores, Terra, Outras Américas, Êxodos e Gênesis, ele faz uma análise pouco otimista da atuação da civilização moderna sobre o planeta, que estaria chegando perto do limite de exaustão.