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Pesquisadores monitoram entrada de praga no Brasil

© Divulgação Embrapa/ Johnnnie Van Den BergLagarta Chilo partellus
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Estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela preocupação com a ameaça de entrada e permanência no Brasil da lagarta Chilo partellus. Originária do continente asiático, a lagarta já é encontrada no Oriente Médio, na África e na Austrália.

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O inseto catalogado pelo Ministério da Agricultura como praga quarentenária A1, categoria que reúne ameaças de importância econômica potencial para cultivos nacionais e que ainda não estão presentes no território brasileiro. 

Mas se chegar ao país, a praga pode atacar e destruir plantações de milho, sorgo, arroz, trigo, cana-de-açúcar, milheto e gramíneas silvestres.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Moçambique, infestações em milho tardio atingiriam 87% das lavouras e geraram estragos em 70% da produção dos grãos.

De acordo com Rafael Mingoti, analista da Embrapa Gestão Territorial que participou do estudo, o Brasil tem 12 portas de entrada por onde a lagarta pode entrar no país. Os estados de Roraima, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul apresentam os maiores riscos. 

O especialista informa, que entre as regiões mais vulneráveis para a entrada da praga está uma extensa área que vai desde a fronteira do Brasil com o Paraguai até a região de Sorocaba no meio do Estado de São Paulo. "Essa área é importante, pois concentra lavouras de cana-de-açúcar, cultura atacada pela praga."

O analista explica que as essas regiões mais propícias para a ocorrência e proliferação do inseto possuem características como clima favorável, proximidade de fronteiras ou pontos de passagem, como vias e estradas, ou em áreas próximas a portos e aeroportos.

"A região reúne essas condições, pois além do clima propício para a praga e a presença das culturas, há o porto de Santos em São Paulo, aeroportos e a oeste há uma grande fronteira com o Paraguai."

O estudo revela ainda, que outra área que merece atenção é o sul do Estado do Rio Grande do Sul. Embora seja uma região de pastagens e uma variedade de plantações, a principal preocupação é quanto as lavouras de arroz, característica que pode agravar o quadro, pois a área inclui uma grande faixa de fronteira seca com o Uruguai. 

Já na região Nordeste há uma estreita faixa litorânea entre Sergipe e Rio Grande do Norte que reúne lavouras e clima propícios para a praga. A área ainda congrega grandes portos e aeroportos internacionais que são pontos de atenção.

A lagarta também pode se estabelecer no Norte do Brasil. Nessa região o inseto encontraria condições ideais para se proliferar em áreas ao Norte e Leste de Roraima e regiões fronteiriças com Venezuela e Guiana.

O estudo "Identificação de regiões brasileiras suscetíveis ao ingresso e estabelecimento de Chilo partellus"  sobre a lagarta Chilo partellus vai ser usado para capacitar fiscais agropecuários que são responsáveis pela vigilância das fronteiras, portos e aeroportos e assim ajudar a monitorar uma possível entrada do inseto no Brasil. 

 

 

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