Falando no evento "Por um Planeta 50-50 em 2030: Mulheres do Amanhã", Nadine Gasman sustentou: "O primeiro passo para termos igualdade plena de gêneros no médio prazo é ampliar a participação política das mulheres, começando pela ocupação dos cargos e espaços no nível municipal."
Segundo a representante da ONU Mulheres, "a ideia do evento e do Programa 50-50 é discutir com as mulheres de hoje formas de tornar o planeta mais igualitário em 2030, com oportunidades para que todas possam ter as suas potencialidades desenvolvidas e a sociedade possa aproveitar as capacidades das mulheres em toda a sua diversidade".
"Precisamos de mais mulheres nos gabinetes, e agora temos uma boa oportunidade de construir cidades igualitárias, cidades 50-50. Nós lançamos um projeto, Cidades 50-50 – Todas e Todos pela Igualdade, que é ter nos municípios gabinetes paritários, ter políticas públicas a nível local, que levem os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ao nível local.”
A representante da ONU destacou o desafio de incorporar as mulheres no setor econômico, com salário igual para trabalho igual, realidade muito distante do que é constatado no Brasil.
"As estatísticas mostram que no Brasil a diferença entre homens e mulheres para um mesmo trabalho é de 30%, mas tem-se também uma grande diferença entre o que as mulheres negras ganham e o que ganham os homens brancos, de mais de 300%. Elas são a parte baixa da pirâmide dos salários e eles são a parte alta."
Também sobre o Brasil, Nadine diz que o país precisa avançar no cumprimento dos acordos internacionais.
"Eu acredito que o Brasil está em um momento que tem que pensar de uma forma importante nos compromissos que tem assinado com acordos internacionais. Tem que fazer mais para ampliar a representação das mulheres na política, em todos os âmbitos, no setor econômico, e ter ações muito claras em torno da inclusão social e no combate à violência contra as mulheres."