Hillary Clinton vai ganhar estas eleições. Se algum dia elas terminarem. Nisto, não há dúvida. Ela deve ganhar. Não tem outra opção. Foi isso que decidiu a elite de ambos os partidos políticos norte-americanos. Esta decisão foi tomada por unanimidade pela chefia dos partidos Democrata e Republicano. Esta é uma nova versão do "Consenso de Washington". Ao longo de muitos meses, todos os principais centros de pesquisa em Washington têm tentado resolver a seguinte charada: quem e como irá executar o novo programa político que prevê um confronto com a Rússia e o resto do mundo.
Donald Trump já mostrou que não é qualquer um. Ele ganhou as primárias no seu próprio partido (os republicanos não queriam que ele se tornasse seu candidato, e fizeram todo o possível para evitar que ele fosse eleito, recorrendo até mesmo a golpes baixos). Entretanto, ele conseguiu alcançar resultados significativos ao atrair o voto de centenas de milhares de pessoas que normalmente não participam das eleições.
O sarcasmo dá para ser sentido nas palavras de Gore Vidal, "democracia americana é uma águia de duas asas: ambas são direitas". A experiência norte-americana mostra que é possível voar mesmo em tais condições, caso a economia permita. No momento atual, ela não está permitindo, e é pouco provável que a situação mude em um futuro próximo.
Deste modo, há uma possibilidade de milhares de norte-americanos, que nunca votaram, irem às urnas neste ano. Essas pessoas não participam das pesquisas, mesmo daquelas que não são organizadas pelos centros de pesquisa governamentais.
Será que a elite bipartidária se submeterá à necessidade de corrigir a situação no último minuto? Duvido. O mais provável é que eles estejam preparando um plano B. Para tal, foi remetida uma "saída" inexplicável do vice-presidente Joe Biden, que se dirigiu à população através da TV para falar que a Rússia pode introduzir "alterações globais" aos resultados das eleições norte-americanas.
Sim, uma superpotência que não é capaz de manejar suas próprias eleições cria uma impressão bem cômica. Mas falando a verdade, será que os EUA podem ser governados pelo presidente eleito pela Rússia? Claro que não! Pelo amor de Deus! Seria melhor não ter presidente nenhum. Eis um conselho para os norte-americanos: não entendam nada pelo evidente.
A opinião é do colunista da Sputnik Itália e pode não corresponder à editorial.