"A Rússia usa uma série de entidades estatais para promover sua política externa no estrangeiro com meios cada vez mais agressivos, incluindo propaganda, espionagem, sabotagens e ciberataques. A Rússia atua em toda a Europa e no Reino Unido. O trabalho do MI5 é combater isso", citou o jornal britânico The Guardian a declaração de Parker.
"Os alvos da Rússia incluem segredos militares, projetos industriais, informações econômicas, a política do governo e a política externa", disse.
"Parece que a Rússia se identifica cada vez mais como oposição ao Ocidente e parece que age de forma correspondente… Fora do foco de atenção há um grande nível de atividades ligadas a ciberameaças. Por muitas décadas a Rússia se apresentou como uma ameaça clandestina. A diferença é que agora cada vez mais métodos lhe são acessíveis", sublinhou Parker.
Além disso, ele informou que no Reino Unido existem "cerca de 3 mil extremistas islâmicos, a maioria dos quais são britânicos" e que durante os próximos cinco anos o número de funcionários do MI5 aumentará em 4 a 5 mil, desmentindo as informações de que o Brexit afetará a cooperação com os serviços secretos europeus.
O especialista político e vice-diretor do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Ideologia Contemporânea, Igor Shatrov, pensa que estas declarações são uma continuação da histeria norte-americana em relação à ilusória ameaça russa e um pretexto para receber mais financiamento.
"Pelos vistos, sem finanças adicionais a inteligência britânica não é capaz de prevenir 'a agressão da Rússia' e por isso atrai as atenções para as 'capacidades da Rússia'. Segundo os agentes britânicos e de outros países ocidentais, nós somos fortes em ciberataques e em tecnologias militares <…> Dizem que a Rússia avançou muito e que nós nos deixamos ultrapassar, o parlamento não atribui financiamentos, deem-nos dinheiro! Estes são todos os seus motivos", disse Shatrov ao serviço russo da Rádio Sputnik.
"Penso que no contexto da política que o Ocidente está realizando em relação à Rússia, isso não é uma falta de atividade, mas um apelo para atividades mais ativas contra a Rússia. Porque está crescendo um adversário político do Ocidente. <…> Além disso, a Grã-Bretanha sempre agiu como uma espécie de 'irmão mais pequeno' dos EUA, é por isso que ela canta pela pauta alheia."
A embaixada russa no Reino Unido lamentou na sua página no Twitter que um profissional (Parker) tenha ficado preso no mundo de propaganda que ele próprio criou.
Director General of MI5 Parker interview for @Guardian: saddened to see a professional trapped to his own propaganda-created world pic.twitter.com/kw5QnUrzHq
— Russian Embassy, UK (@RussianEmbassy) 1 ноября 2016 г.