Faltando apenas alguns dias para as eleições presidenciais norte-americanas, Trump está reduzindo a vantagem de Clinton, de acordo com as últimas pesquisas. Uma sondagem divulgada pela Reuters/Isso, na segunda-feira (31), mostrou que Clinton mantém uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre Trump. Entretanto, várias outras sondagens disseram que o candidato republicano está à frente por 1-2 pontos percentuais.
"As ideias e planos expressos por Trump quanto à lei e à ordem são definitivamente uma das principais razões para nós o apoiarmos, mas há muitas outras", disse Mark Ma, chefe de gabinete do movimento Chineses Americanos por Trump, um grupo informal composto principalmente por chineses americanos de todo o país.
Donald Trump nunca se mostrou disposto a cooperar com a China na área do comércio. Durante sua campanha eleitoral, ele chamou a China de manipulador de moeda e propôs uma tarifa de 45% sobre as importações chinesas para compensar a moeda desvalorizada.
"Não podemos continuar permitindo que a China estupre o nosso país, já que é isso que eles estão fazendo", disse Trump em julho de 2016, ao abordar a questão do desequilíbrio comercial entre os EUA e a China. Ele também prometeu lutar contra o roubo de propriedade intelectual na China e forçar as empresas chinesas a seguirem os padrões ambientais e trabalhistas norte-americanos.
O fato de Trump ter prometido sair do tratado da Parceria Trans-Pacífico (TPP) foi bem recebido por todos os chineses, tanto na China como nos EUA.
"Trump é um empresário. Para fazer negócio, você precisa que as partes cheguem a um acordo. Nós acreditamos que Trump está acostumado a analisar as coisas de outro ângulo, chegando a soluções mutuamente benéficas… Acreditamos que com seu estilo de comunicação franca e honesta, o comércio justo com a China é viável", explicou Mark Ma.
Mark Ma acrescentou que, apesar das intenções rígidas na área do comércio, Trump "deixou claro que não está buscando um confronto militar com a China”.
"Hillary Clinton representa o velho Washington, onde o dinheiro ajuda a comprar influência, onde o impasse já virou hábito e onde os dólares dos contribuintes são desperdiçados. A dívida pública quase dobrou sob governo de Obama, enquanto a renda familiar dos americanos caiu e os custos de seguro de saúde cresceram de forma excepcional. Os americanos estão fartos disso e não querem mais", frisou Mark Ma.
Segundo ele, os chineses americanos temem os três principais pontos da agenda de Obama que podem ser seguidos na agenda de Clinton, caso ela seja eleita.
O primeiro é "exatidão política excessiva", que não deixa a elite norte-americana chamar o islamismo pelo que é.
Outra medida que causou o protesto da comunidade chinesa nos Estados Unidos, levando-os a apoiar Trump, de acordo com Mark Ma, é a iniciativa de Obama de introduzir a chamada ação afirmativa, ou seja, um sistema de cotas baseado na cor da pele que visa tornar as empresas e universidades abertas para todos os norte-americanos e, consequentemente, permitirá que cada vez mais pessoas de camadas menos favorecidas obtenham vagas nas universidades.
Em uma pesquisa recente realizada pelo Global Times que perguntou aos leitores em quem eles votariam — Hillary Clinton ou Donald Trump, 54% dos entrevistados disseram que votariam em Trump.
Se julgar pelo tom de comentários sobre as eleições dos EUA nos jornais oficiais chineses, bem como nas redes sociais, a postura anti-chinesa de Clinton faz com que Trump seja o melhor entre os piores.