Os ministros da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e seu colega de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Manuel Heitor, assinaram memorandos que incluem o Centro de Pesquisa Internacional dos Açores (AIR, na sigla em inglês) para impulsionar estudos nas áreas espacial e marinha, entre outros. Brasil e Portugal também se comprometem a realizar a Semana de Ciência e Tecnologia, intercalada a cada ano, a partir de 2017, em cada um dos dois países.
A coordenadora de Cooperação Bilateral da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, Ana Stival, contou à Sputnik Brasil detalhes desses entendimentos.
"Com Portugal temos uma relação muito próxima devido à nossa história e cultura. Essa parceria vai ser reforçada com esse centro internacional de pesquisas que Portugal pretende incrementar no arquipélago dos Açores. Portugal já tem algumas estruturas lá instaladas para pesquisas que vão desde o espaço até o fundo do oceano. A ideia do governo português é ampliar e transformar esse centro em um centro internacional."
Segundo Ana, a localização estratégica dos Açores permite o desenvolvimento de pesquisas que englobam tanto o Atlântico Sul quanto o Atlântico Norte. Colaborando com Portugal e outros países nesse centro, será possível possibilitar um entendimento mais integrado da Bacia do Atlântico.
"Esse é o objetivo principal desses acordos de cooperação que estão ainda em estágio de construção. Essa participação nos Açores envolve também a União Europeia (UE), Estados Unidos e países africanos", diz Ana, observando que o acordo será a nível de governo, mas a cooperação será implementada através de universidades, institutos de pesquisa e até mesmo empresas privadas.
"Na área espacial existe uma grande participação do setor privado, e há interesse em envolvê-lo."
Outras áreas que vão ser abrangidas na cooperação entre Brasil e Portugal incluem o intercâmbio científico em física de partículas, astropartículas e cosmologia; computação científica e nanociências; sistemas sustentáveis de energia e mobilidade, como fontes de combustíveis e energias renováveis, redes inteligentes de energia; emissão de carbono, atividades de divulgação e popularização da ciência; agricultura de precisão, entre outras. Até maio de 2017, haverá uma reunião no arquipélago onde serão firmados os primeiros acordos nas áreas aeroespacial, de atmosfera, oceanos e energia.