A senadora diz ainda que, em termos gerais, não estava esperando um grande avanço político se a vencedora fosse a concorrente de Trump, a democrata Hillary Clinton:
"Quando foi secretária de Estado, Hillary Clinton mostrou a sua tendência belicista e o quanto pôde fazer para manter situações de conflitos em diversos países. Ela fortaleceu muito a Inteligência dos Estados Unidos, a ponto de este país agir em vários outros países. Eu não tenho dúvidas de que o que aconteceu no Brasil, com a deposição da Presidente Dilma Rousseff, teve o dedo dos Estados Unidos. Então, nós não estávamos vendo grandes diferenças ideológicas entre Hillary Clinton e Donald Trump. Hillary, porém, jamais utilizou expressões grosseiras e insultuosas para se referir às mulheres e às pessoas de outros países."
Para Vanessa Grazziotin, Donald Trump terá de provar que no exercício efetivo do poder como presidente dos Estados Unidos irá adotar uma postura de maior equilíbrio e ponderação:
"À frente da Casa Branca, Trump não poderá se conduzir como se conduziu ao longo da campanha. Ele terá de adotar, forçosamente, maior moderação, e terá de ser um outro homem."
A senadora comentou, também, o fato de os Estados Unidos não terem escolhido, através de Hillary Clinton, a sua primeira presidente mulher:
"Não se pode descartar a possibilidade de ter ocorrido uma certa misoginia, mas, a meu ver, o que pesou contra Hillary Clinton foi ela não ter se posicionado como uma candidata defensora de uma nova política dos Estados Unidos. Hillary é uma pessoa bem diferente do Presidente Barack Obama, mesmo tendo servido ao seu Governo como secretária de Estado. Mas ela não se mostrou como uma alternativa viável ao estilo de Barack Obama, e até mesmo no interior do seu partido ela só recebeu um apoio muito tímido do seu ex-concorrente Bernie Sanders. Em momento algum nós vimos Bernie Sanders se empenhar a fundo pela vitória de Hillary Clinton."