'Estado de emergência não diminuiu ataques terroristas na França', diz especialista

© AP Photo / Thibault CamusPessoas descansam após evacuação da casa de shows Bataclan em Paris, 13 de novembro de 2015
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Um ano atrás, logo após os atentados de 13 de novembro na França, foi introduzido um estado de emergência que segue em vigor até hoje. O pesquisador do instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais da França (IRIS), François-Bernard Huyghe, falou à Sputnik sobre o combate ao terrorismo no último ano.

"Este estado de emergência foi um sucesso político do governo, porque mesmo a oposição teve que votar nele, e, em seguida, votar pela sua extensão. Este estado de emergência, que pela Constituição tem um limite de tempo, gradualmente se torna permanente", comentou o especialista. 

"[Estado de emergência] não pode impedir ataques, especialmente cometidos por aqueles que já foram registrados. Quero lembrar o caso dos dois jovens que esfaquearam um padre na igreja, que estavam sob prisão domiciliar, usando uma pulseira eletrônica. Para alguém que decide matar o outro, e depois morrer, tudo isso não faz qualquer diferença", frisou o escritor. 

Segundo ele, o estado de emergência impediu a prisão de futuros jihadistas e terroristas, o que poderia ser feito em condições normais. "Em termos de eficiência, não impediu o ataque terrorista terrível em Nice", acrescentou. 

Para Huyghe, o estado de emergência é, acima de tudo, para tranquilizar a população e mostrar que as autoridades estão fazendo alguma coisa. 

"Tenho a impressão de que o estado de emergência não reduziu a taxa de criminalidade na França, nem no que diz respeito aos crimes terroristas, nem em relação aos crimes comuns", disse o pesquisador. 

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Segundo ele, o problema está no número de terroristas na França, que soma vários milhares. François-Bernard Huyghe afirma que com essas cifras não existe força policial em nenhuma sociedade democrática capaz de controlar todos e impedir os seus atos.

O estado de emergência foi declarado após os ataques terroristas de 13 de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos. Em julho deste ano, ele foi prorrogado por mais seis meses. 

O decreto permite que a polícia buscas e vigilância sem passar pelos tribunais, e coloque em prisão domiciliar qualquer pessoa suspeita de "atividade perigosa para a segurança e ordem públicas”. 

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