“Além de militares que estão no serviço no Iraque e Afeganistão, os eco-turistas que viajam à América Central e Latina também são altamente vulneráveis perante a doença. A forma mucocutânea desta doença provoca cicatrizes repugnantes, enquanto sua forma interior é mortal, por isso é que o diagnóstico precoce e uma estratégia certa do combate ao vírus são vitais para nós”, disse Naomi Aronson, especialista da Universidade Militar e Médica de Bethesda (EUA).
Em abril do ano passado a mídia internacional começou a divulgar informações sobre a “doença misteriosa dos jihadistas” que proliferava entre os habitantes das regiões sírias controladas pelas forças do Daesh. Segundo dizem os testemunhas, esta doença faz a pessoa infetada literalmente se desfazer, sendo que o processo começa com o rosto.
Ambas as doenças levam ao mesmo resultado e são da mesma forma mortais para os infetados, o que leva os médicos a buscarem métodos de proteger a população do Oriente Médio desta doença horrível. No momento, segundo avalia a revista PloS One, vários milhares de pessoas na zona do conflito são hospedeiros de leishmaniose e fasciíte.
Aronson e suas colegas afirmam que, ao longo dos últimos meses, houve vários casos de contaminação no território do Texas e Oklahoma, sendo todos os sintomas parecidos com os de leishmaniose. Este fato fez com que os cientistas estudassem as vias prováveis de propagação da infeção pela América do Norte, tomando em conta que lá não habitam mosquitos e mesquinhas.
Segundo mostrou a análise, as células de leishmaniose extraídas dos tecidos e sangue de infetados são familiares aos protozoários de dois cantos do mundo: o gênero Leischmania tropica do Oriente Médio e Leischmania braziliensis, bem como Leischmania guyanensis na América Latina. Também há cerca de duas dezenas de tipos deste protozoário que habitam a África e a América do Sul.
O tratamento e diagnóstico de todos estes tipos de leishmaniose se diferem, o que os médicos devem levar em conta ao interrogar os pacientes sobre as viagens que fizeram e serviço militar. Mais do que isso, ao autores do artigo recomendam às agências de turismo aconselhar seus clientes a usarem repelentes durante as viagens ao Brasil e outras regiões da América do Sul e a se dirigirem aos médicos assim que notarem quaisquer sintomas da doença.