O resultado da crise política no Montenegro depende de qual será a política da nova administração dos EUA para a região dos Bálcãs. A decisão sobre se o Montenegro será no próximo ano mais um membro da OTAN não depende do (ex-primeiro-ministro) Milo Djukanovic, mas das decisões tomadas na "mesa grande", disse ele.
As últimas eleições, nas quais o todo-poderoso Partido Democrático dos Socialistas de Djukanovic obteve uma maioria tão modesta que ainda não conseguiu formar governo, a profundidade da crise da sociedade montenegrina. Aleksic refere neste contexto que a "profundidade da crise é igual ao nível de divisão da sociedade":
"A principal linha divisória respeita à política de enfiar o Montenegro na OTAN contra a vontade de mais de dois terços dos cidadãos adultos deste país. Nas eleições parlamentares de outubro a este assunto não foi dada qualquer atenção, o que corresponde sobretudo aos interesses da Embaixada dos EUA em Podgorica. Os principais 'fabricantes da crise' no Montenegro são controlados pela América, e ela a cada dia ganha mais controle sobre os ministérios que controlam as forças militares e de segurança. Após a entrada na Aliança esse controle será completo e o país perderá a soberania."
No entanto, a ascensão ao poder de Trump, bem como outros eventos dos últimos meses, também permite prever um desenvolvimento diferente dos acontecimentos, disse Aleksic.
"A Europa atravessa uma grave crise em todos os segmentos. O Reino Unido está saíndo da UE. A deslocação de povos para o coração de uma Europa politicamente doente não para. O presidente eleito anunciou uma nova política da OTAN, não orientada para a proteção de todos os estados membros da Aliança e, ao mesmo tempo, a Rússia se está tornando a cada ano mais forte. Trump, a propósito, está contra as bases da OTAN no Montenegro, por isso, com um mínimo de esperança, mas com um máximo de cuidado, é necessário observar as instruções que serão recebidas pelos jogadores locais e regionais. Neste sentido, os líderes do Montenegro, sobre quais Trump falou de modo nada lisonjeiro, não decidem para onde irá o país."
Podemos esperar uma mudança na política dos EUA nos Bálcãs? Isso não depende apenas do novo presidente, disse o interlocutor à Sputnik Sérvia.