Devido à posição estratégica que ocupa, a montanha tem sido uma testemunha silenciosa das intensas manobras militares. Em 1964, a República Popular da China realizou o primeiro teste nuclear da sua história na região do lago de Lop Nur, a vários quilômetros de Nanda Devi.
O plano de espionagem nuclear
Em um dos momentos mais tensos da Guerra Fria, a realização de testes nessa região alarmou os EUA. Sendo assim, a CIA começou a elaborar um plano para impedir o desenvolvimento de programa nuclear chinês. Através de um pacto secreto assinado com a Índia, eles lançaram uma operação de espionagem surreal na região, para onde foram enviados espiões, mais precisamente para a montanha Nanda Devi, onde foram instalados equipamentos para monitorar a realização de testes nucleares chineses, segundo o portal Gizmodo.
A missão se tornou ainda mais complicada quando "a equipe de espionagem" foi encarregada pela instalação de um sistema nuclear de potência auxiliar (SNAP-19 C), que convertia plutônio radioativo em eletricidade e permitia monitorar qualquer atividade nuclear futura na China. A equipe contava com uma quantidade de plutônio capaz de suprir o sistema de monitoramento por mais de mil anos.
Um bom início da ascensão e um ritmo rápido não deram garantias de um final feliz para a operação norte-americana. No entanto, a 300 metros do topo, a equipe foi forçada a recuar devido a uma forte tempestade que se aproximava. Foi acordado pela equipe instalar o sistema nas rochas de Nanda Devi, incluindo o gerador nuclear, e descer o mais rápido possível para salvar suas vidas.
Ao retornar, o grupo reuniu-se com a surpresa dolorosa que o equipamento não estava mais no lugar. Ele tinha simplesmente desaparecido, provavelmente, por causa de uma avalanche na montanha.
A missão fracassou com uma agravante especial: o equipamento nuclear poderoso desapareceu nos Himalaias. Várias missões subsequentes da CIA tentaram recuperar o gerador nuclear: todas sem sucesso.
Estudos posteriores demonstraram concentrações incomuns de plutônio no rio Ganges, mas as autoridades norte-americanas nunca reconheceram que essa perda realmente ocorreu.