Ao falar da escolha do presidente, Romero Jucá fez questão de dizer que saiu por vontade própria e não foi demitido do ministério do Planejamento após ter assumido a pasta por 12 dias, após o vazamento de conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, onde o senador do PMDB aparece sugerindo uma ação contra a Operação Lava-Jato.
"Eu não fui demitido quando saí do ministério do Planejamento, eu pedi para sair, exatamente porque o governo estava iniciando e eu não queria colocar no governo qualquer tipo de discussão que atrapalhasse. Pedi para sair, perguntei ao Ministério Público e ao Supremo se havia algum tipo de irregularidade como obstáculo da Lava Jato da minha parte e até hoje isso não foi respondido, mas nós continuamos cobrando e eu tenho paciência para aguardar a resposta. O presidente Michel Temer me convidou para ser líder do governo no Congresso. Eu acho que nós temos que nos unir e ajudar o país. Se ele entende que eu posso ajudar o governo e o país na liderança do governo eu aceitei e vou trabalhar."
De acordo com o senador as suas prioridades como líder do governo no Congresso será trabalhar em prol do restabelecimento da economia, da segurança jurídica e prometeu buscar a harmonia entre as votações na Câmara e no Senado.
"A prioridade é votar essa agenda que restabelece a economia. Votar a agenda que procura trazer de volta a segurança jurídica, que foi um dos males que o governo do PT fez ao país. Também harmonizar as votações de matérias votadas na Câmara, para que sejam votadas no Senado e vice-versa. É muito importante que a partir do próximo ano nós montarmos um calendário de votação de interesse das duas Casas, que possa harmonizar essa votação e com isso o Congresso sai mais forte e a sociedade ganha com medidas, que vão facilitar a retomada do crescimento e do emprego."
No Supremo Tribunal Federal (STF), o novo líder do governo no Congresso é objeto de sete inquéritos, sendo dois deles ligados a Operação da Lava Jato. No início da semana, em entrevista a um programa de TV, o presidente Michel Temer afirmou que o senador Romero Jucá ainda não tinha tido morte política e nem civil decretada, portanto não há problema dele assumir a liderança do governo no Senado, mesmo depois de ter deixado o ministério do Planejamento com denúncias. "Ele é senador, deixou o governo e não foi demitido. É senador, fez trabalho excepcional. Ainda não teve morte política e nem civil decretada", afirmou Temer.