Durante o primeiro depoimento, em setembro, Otávio Azevedo afirmou que a quantia tinha sido entregue ao PT como parte de um acordo onde a Andrade Gutierrez repassaria propina de contratos feitos com o governo federal.
No novo testemunho, Azevedo disse que se confundiu afirmando agora que o valor era doação legal e não dinheiro de propina.
De acordo com o advogado de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, a nova versão do ex-presidente da Andrade Gutierrez põe fim ao pedido do PSDB de cassação da chapa Dilma-Temer, alegando abuso de poder econômico na eleição de 2014.
"Dos 25 testemunhos de acusação, era o único que tinha dito que tinha alguma irregularidade na campanha. Hoje cai por terra toda e qualquer acusação de irregularidade na arrecadação de campanha de Dilma e Michel Temer."
O advogado do presidente Michel Temer, Gustavo Guedes, disse que as regras para arrecadação e prestações de contas eleitorais, causaram a confusão de Otávio Azeredo. "O vice-presidente pode arrecadar, abre conta e arrecada, mas ele não tem condição de emitir recibo eleitoral. Esse recibo era feito pelo PT, daí então essa confusão dele de R$ 1 milhão."
Mesmo após o desmentido de Azevedo, o advogado do PSDB, José Eduardo Alckmin reafirmou que a questão deve continuar a ser investigada, pois nada impede que outras irregularidades tenham ocorrido.
"O fato é que houve, durante muito tempo, dinheiro de caixa 2 inclusive abastecendo o partido da presidente Dilma e aí realmente causa a necessidade de um exame bem acurado para saber se esse dinheiro, que nem foi contabilizado, uma parte dele, se isso não terá incidido na campanha eleitoral."
Após o novo depoimento, Otávio Azevedo se limitou a dizer que estava tranquilo. "Da minha parte eu digo que estou bastante tranquilo, como eu vejo que tem que ser. As coisas são o que são e vamos continuar olhando para frente."