Segundo a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), o Brasil se destacou na Conferência ao apresentar as ações que vão de encontro as metas do acordo do clima, como a criação da plataforma do Biofuturo, que visa a redução das emissões de carbono nos meios de transportes em 20 países, e fixar um preço do carbono no mercado.
"Eu destacaria o trabalho que foi lançado a plataforma do Biofuturo com a presença de 20 países, lançado pelo Brasil, que põe no centro a discussão da diminuição do carbono no setor de transportes. Esse é o primeiro passo, um passo fundamental. O outro foi o debate sobre a precificação do carbono no mercado. Todas as duas foram iniciativa do Brasil."
O relator da Comissão mista de Mudanças Climáticas, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) chamou a atenção que não há mais como retroceder na implementação do Acordo de Paris. Para o senador, o Acordo já é uma realidade diante da maior consciência por parte dos países de que é preciso realizar ações para controlar a emissão de gases e o aquecimento global. Ao defender as ações do Brasil na Conferência do Clima em Marrakesh, Fernando Bezerra falou que o maior desafio agora é garantir financiamentos para realizar as ações propostas a longo prazo. "Para atingir essas duas metas serão necessários mais de R$ 40 bilhões ao longo desses anos e é importante que a gente trabalhe como identificar recursos não só públicos mas de financiamentos do setor privado para que a gente possa financiar a nossa agricultura a atingir essas metas que são tão importantes para que o Brasil possa de fato cumprir seu dever de casa e ajudar a ter um mundo livre da ameaça da elevação da temperatura além dos dois graus centígrados até 2050."
Já a senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) destacou a importância da troca de experiências do Brasil com outros países, empresas e ONGs durante a Conferência do Clima, já que o país tem tido, segundo a senadora um papel de liderança no que diz respeito a ações referentes ao clima.
"Acho que o Brasil tem sido o exemplo para o mundo não só pelo seu posicionamento politicamente correto no discurso, na formulação teórica, mas também procurando aplicar essa formulação na prática. Então a presença do Congresso Nacional em eventos como esse é fundamental. Daqui mesmo já saímos com várias propostas que deverão ser apresentas assim que chegarmos lá. Uma delas foi bastante debatida são as mudanças na Lei Nacional de Mudanças Climáticas."
Durante a COP 22, a delegação brasileira de senadores participou de painéis, reuniões e debates que discutiram metas de controle de emissão de poluentes, através das propostas do Acordo de Paris, políticas para conter o aquecimento global, como por exemplo investir no uso de biocombustíveis e fontes de energia limpa, além da economia relacionada ao controle de gases do efeito estufa.