Segundo relato de trabalhadores da obra naquela ocasião, pouco antes de o desmoronamento ocorrer 25 funcionários abandonaram às pressas o canteiro de obras do Metrô. As paredes cederam por volta das 14 horas daquela sexta-feira, e no curtíssimo espaço de apenas 1 minuto e 50 segundos o desabamento fez o buraco atingir 80 metros de diâmetro e 38 metros de profundidade. Algumas das vítimas fatais estavam dentro de um micro-ônibus que foi tragado pela cratera.
Decorridos alguns anos da tragédia, 14 pessoas, entre funcionários do Metrô, do consórcio de empreiteiras e de empresas que projetaram a obra foram feitos réus pelo desabamento das paredes da obra conduzida pelo Consórcio Via Amarela, formado pelas empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Correa e Andrade Gutierrez.
Em maio deste ano, a Juíza Aparecida Angélica Correia, da 1.ª Vara Criminal, decidiu que as provas técnicas apresentadas pelos peritos que analisaram o acidente permitiram concluir e estar provado que os 14 réus não concorreram para o desabamento e para as consequentes mortes.
Inconformado com as absolvições dos réus, o Ministério Público recorreu, e nesta quinta-feira, 17, o segundo grau de Justiça manteve a decisão anterior, inocentando os que eram considerados responsáveis pela tragédia.
Para o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, toda esta sequência de fatos merece ser criticada. Em entrevista à Sputnik Brasil, o dirigente da entidade, Alex Fernandes, afirma:
"A Linha 4 do Metrô de São Paulo, esta em que ocorreu a tragédia, é a única a ser administrada pela iniciativa privada. Como tal, os empresários responsáveis pelas obras não admitiram que os nossos engenheiros acompanhassem os trabalhos de construção, apesar de toda a nossa insistência. Infelizmente, as obras do Metrô de São Paulo estão cercadas de corrupção, e a nós só resta nos indignar com tudo que aconteceu: a negligência no projeto da obra e na realização dos trabalhos, as 7 mortes que ocorreram e a absolvição de todos aqueles que contribuíram para esta tragédia."