Usando a hashtag #ThisIsMyGenocide (Este é Meu Genocídio), o porta-voz do governo do Burundi, Willy Nyamitwe, lançou hoje uma campanha através do Twitter para fazer piada sobre as denúncias que acusam o governo de crimes contra a humanidade.
O país passa por uma forte crise de violência desde o ano passado presidente, Pierre Nkurunziza, concorreu a um terceiro mandato, o que é proibido pela Constituição burundinesa.
Desde então, mais de mil foram assassinadas, 8 mil foram feitos prisioneiros políticos, milhares de detenções arbitrárias foram realizadas, entre 300 e 800 desaparecem e mais de 310 mil pessoas empurradas ao exílio, segundo dados da ONU.
Na semana passada, a FIDH apresentou, sob a hashtag #StopThisMovie (Paremos este filme), um trailer fictício do filme inexistente "Genocídio no Burundi".
Genocide in #Burundi: the trailer of this movie must not become reality! To save lives, tweet #StopThisMoviehttps://t.co/AAEuKukRCa
— FIDH (@fidh_en) 17 de novembro de 2016
Em resposta, Nyamitwe disse:
"Nós desfrutamos da paz, da alegria de viver em harmonia, hutu, tutsi e twa, apesar de a FIDH querer nos dividir", escreveu nesta quinta-feira o porta-voz em sua conta da rede social, onde publicou fotos com gatos, brincando ou dançando para mostrar a aparente normalidade na qual vive seu país".
O Tribunal Penal Internacional abriu um inquérito para apurar a responsabilidade de Nkurunziza, que reagiu proibindo a entrada dos investigadores da ONU e anunciou sua retirada do marco jurisdicional de Haia.