China poderá realizar todas operações financeiras na América Latina na sua própria moeda

© AP Photo / Ahmed OmarO Presidente Xi Jinping visita o parlamento em Cairo, Egito, 21de janeiro, 2016.
O Presidente Xi Jinping visita o parlamento em Cairo, Egito, 21de janeiro, 2016. - Sputnik Brasil
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Os líderes da China e do Chile encontraram-se em 22 de novembro em Santiago, Chile, para assinar um memorando de entendimento.

"A China tenta intensificar a cooperação no âmbito de acordo do comércio livre assinado há 10 anos. Naquela altura tratava-se do intercâmbio comercial mas agora estão sendo atraídos investimentos adicionais para o desenvolvimento da infraestrutura e dos serviços financeiros", comentou Yun-Tso Lee,  especialista em assuntos asiáticos e livre-docente do departamento de administração pública da Universidade de Desenvolvimento (Santiago).

De ponto de vista dos investimentos, segundo Yun-Tso Lee, é de assinalar o interesse do Banco de Construção chinês no Chile.

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"É um banco de compensação, ou seja, a China pode realizar todas as operações financeiras na América Latina na sua própria moeda. Isso pode reduzir consideravelmente o preço, porque os fabricantes chineses não dependem da cotação de dólar", explicou Lee.

Esta estratégia "preocupa muito os americanos" porque neste caso toda a região vai trabalhar com a China usando o yuan.

O presidente da Câmara do Comércio e Indústria e da Câmara de Turismo da China e do Chile, Juan Esteban Musalem, acrescentou em entrevista à agencia Sputnik Mundo que, na sua opinião, é muito provável que a  Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP, em sigla inglês), seja debatida.

"A China confirmou a sua intenção de continuar no âmbito de reformas e abertura. É provável que a criação de uma zona de livre comércio Ásia-Pacífico seja discutida, devido à posição do novo presidente dos EUA, sobre a Parceria Transpacífico, (TPP, em sigla inglês)", disse Musalem.

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O político chileno sublinhou que, no contexto do cenário económico global, a China se tornará a maior potência comercial na próxima década, ultrapassando os EUA pelo PIB, que será de 18,5 bilhões de dólares em 2021, segundo os dados da Organização da Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Yun-Tso Lee também observou que a China está tentando expandir o projeto "Um Cinto, Uma Estrada" que ele definiu como "algo muito parecido com o Plano Marshall do pós-guerra, mas sem impor o seu  suposto modelo".

"O modelo chinês visa a modernização da Rota da Seda dos tempos antigos. É uma conquista das mentes e dos corações através da cultura e do comércio, tal como a Rota da Seda naquele tempo, em que não havia nenhuma imposição. A América Latina desempenha um dos papéis principais na estratégia que foi desenvolvida sob a liderança do presidente Xi Jinping", disse o especialista.

De acordo com Li, o Chile é um grande exportador de cobre para a China e o segundo país, depois da Tailândia, no fornecimento de fruta. A visita recente do presidente chinês ao Palácio de La Moneda representa um "salto qualitativo" no que se refere aos investimento na infraestrutura e nos serviços financeiros, — frisou.

"A China mostrou um bom sinal com o Banco de Construção. O Chile poderá tornar-se uma plataforma financeira para a América Latina. É um sinal de confiança e de estabilidade política e económica do Chile dos últimos 30 anos", disse ele.

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A história das relações entre o Chile e a China inclui períodos simbólicos importantes. Lee observou que o Chile foi o primeiro país da América Latina, depois de Cuba, a reconhecer a República Popular da China, e o primeiro a assinar um acordo de livre comércio com Pequim. "O Chile foi muitas vezes foi 'o primeiro' para a China", e como dizem os chineses, o primeiro nunca se esquece", — sublinhou.

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