"A China tenta intensificar a cooperação no âmbito de acordo do comércio livre assinado há 10 anos. Naquela altura tratava-se do intercâmbio comercial mas agora estão sendo atraídos investimentos adicionais para o desenvolvimento da infraestrutura e dos serviços financeiros", comentou Yun-Tso Lee, especialista em assuntos asiáticos e livre-docente do departamento de administração pública da Universidade de Desenvolvimento (Santiago).
De ponto de vista dos investimentos, segundo Yun-Tso Lee, é de assinalar o interesse do Banco de Construção chinês no Chile.
Esta estratégia "preocupa muito os americanos" porque neste caso toda a região vai trabalhar com a China usando o yuan.
O presidente da Câmara do Comércio e Indústria e da Câmara de Turismo da China e do Chile, Juan Esteban Musalem, acrescentou em entrevista à agencia Sputnik Mundo que, na sua opinião, é muito provável que a Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP, em sigla inglês), seja debatida.
"A China confirmou a sua intenção de continuar no âmbito de reformas e abertura. É provável que a criação de uma zona de livre comércio Ásia-Pacífico seja discutida, devido à posição do novo presidente dos EUA, sobre a Parceria Transpacífico, (TPP, em sigla inglês)", disse Musalem.
Yun-Tso Lee também observou que a China está tentando expandir o projeto "Um Cinto, Uma Estrada" que ele definiu como "algo muito parecido com o Plano Marshall do pós-guerra, mas sem impor o seu suposto modelo".
"O modelo chinês visa a modernização da Rota da Seda dos tempos antigos. É uma conquista das mentes e dos corações através da cultura e do comércio, tal como a Rota da Seda naquele tempo, em que não havia nenhuma imposição. A América Latina desempenha um dos papéis principais na estratégia que foi desenvolvida sob a liderança do presidente Xi Jinping", disse o especialista.
De acordo com Li, o Chile é um grande exportador de cobre para a China e o segundo país, depois da Tailândia, no fornecimento de fruta. A visita recente do presidente chinês ao Palácio de La Moneda representa um "salto qualitativo" no que se refere aos investimento na infraestrutura e nos serviços financeiros, — frisou.
"A China mostrou um bom sinal com o Banco de Construção. O Chile poderá tornar-se uma plataforma financeira para a América Latina. É um sinal de confiança e de estabilidade política e económica do Chile dos últimos 30 anos", disse ele.