Embora a utilização do cheque especial só deva ser feita em ocasiões excepcionais, como recomendam os especialistas em finanças, boa parte dos brasileiros já incorporou a utilização do especial no dia a dia. Com inflação elevada e a perda do poder de compra, muitos consumidores preferem parcelar os pagamentos sem se dar conta do quanto eles representam de ônus financeiro no médio prazo.
Outro vilão na cobrança de juros, o crédito rotativo dos cartões, apresentou pequena queda no mês passado, segundo o BC. Na média, as taxas passaram de 479,7% para 475,8% ao ano, embora permaneçam entre as mais elevadas do mundo. De janeiro a outubro deste ano, os juros do cartão já subiram 44,4 pontos percentuais — em dezembro do ano passado, eles estavam em 431,4%.
Outras taxas que aumentaram em outubro foram as do crédito pessoal para pessoas físicas, que passaram de 135,1% em setembro para 136,6% no mês passado, o corresponde a um acréscimo de 18,9 pontos percentuais no acumulado do ano. Mais em conta, os juros do crédito consignado — aquele em que as parcelas do empréstimo são descontadas mensalmente no contracheque do contratante – se situaram em 29,5% em outubro, um leve aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.
As txas de juros cobrados hoje no Brasil estão bem acima daquelas de há dois anos. No final de 2014, reportagem do "The New York Times" apontava que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil "fariam um agiota americano sentir vergonha".