Os protestos — também contra a reforma trabalhista e a reforma do ensino médio — aconteceram no Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, São Paulo e Rio de Janeiro. Em vários estados, as marchas interdiram vias, rodovias, fecharam alguns terminais de ônibus e houve paralisação de serviços públicos.
Em Paulínia, no interior de São Paulo, petroleiros atrasaram em quatro horas o início do turno de trabalho na Refinaria Presidente Bernardes e no terminal Pilões da Transpetro, em Cubatão. O terminal Alemoa, em Santos, também teve as atividades prejudicadas pela manifestação. Em São Paulo, as manifestações não se limitaram apenas aos espaços públicos. Foram registradas diversas manifestações de metalúrgicos em indústrias e empresas em São José dos Campos. A categoria realizou mobilizações na General Motors, TI Automotive, Ericsson, Gerdau, Parker Filtros, Hitachi, Avibras e Latecoere, entre outras. Na GM, os trabalhadores saíram em passeata pela marginal da Rodovia Presidente Dutra, anunciando que o dia foi de aquecimento para a greve geral que acontecerá em 2017. A produção teve atraso de uma hora.
"Temos que fortalecer nossa luta contra as reformas do governo Temer. A construção da greve geral será decisiva para conseguir derrubar todos os ataques desse governo contra os trabalhadores", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros.
Em todas as fábricas, as manifestações tinham como principais bandeiras o fim da PEC 55, contra a terceirização e as reformas trabalhista e da Previdência e pela redução da jornada de trabalho. Os trabalhadores da produção da Avibras, em Jacareí, realizaram uma paralisação de três horas. Na Gerdau e TI Automotive, os trabalhadores também atrasaram a produção em uma hora, reafirmando que não aceitam os abusos do governo.
"Não podemos deixar que esse governo e Congresso Nacional corruptos, que buscam se salvar das delações da Odebrecht, consigam arrancar nossos direitos. Precisamos parar o país e pôr o povo na rua. Vamos aproveitar a crise política e moral deles para construir uma alternativa dos trabalhadores", ressaltou Luiz Carlos Prates, o Mancha, da CSP-Conlutas.
Na Latecoere, em Jacareí, os trabalhadores que estão em greve desde terça-feira, 23, também aderiram ao Dia Nacional de Paralisações. Na região, além dos metalúrgicos também aconteceram mobilizações de outras categorias, como petroleiros, servidores municipais, químicos e vidreiros.