O diretor executivo deste organismo, general Walter E. Piatt, explicou de que consiste o trabalho da nova direção. Em seu foco, como se revelou, está o antagonismo com a Rússia na guerra eletrônica e operações cibernéticas.
Cegar o drone
Os EUA consideram há muito tempo os meios russos como uma ameaça muito séria no campo de batalha. Especialmente tomando em conta que o exército americano pretende desenvolver ainda mais os sistemas não tripulados no mar, no ar e no solo. Mas os drones são ineficazes quando o inimigo ataca os canais e meios da comunicação ou o sistema de navegação.
Os dispositivos russos de guerra eletrônica estão na lista dos maiores perigos tecnológicos para os americanos, junto com a tríade nuclear e o sistema de defesa antiaérea russa.
Os americanos admitem que eles estão atrás da Rússia e China no campo da guerra eletrônica. O exército americano nem tem sistemas bloqueadores de sinal de longo alcance e não irá recebe-los no serviço até 2023. O orçamento total da modernização dos dispositivos de guerra eletrônica será de 142 milhões de dólares. Deles, 100 milhões serão gastos na modernização dos sistemas da detecção de posição dos morteiros inimigos, o que na verdade não tem nada a ver com guerra eletrônica.
Bloqueadores de sinal não irão ajudar
Os generais americanos destacam que a Rússia e a China, a nível de pequenos destacamentos, estão muito à frente, e as unidades russas usam dispositivos da guerra eletrônica com sucesso, como aconteceu nos campos de batalha na Ucrânia. Os comandantes russos não precisam de chamar a aviação para fazer ataques eletromagnéticos, como o fazem os americanos no Iraque e Afeganistão. Os militares russos já têm à mão todos os dispositivos de guerra eletrônica.
Antes de começarem o ataque, os russos detectam primeiro os meios de comunicações do inimigo e as fontes de sinais para destruí-los rapidamente, silenciam radares, meios de comunicação e só depois entram em combate.
O chefe do estado-maior das tropas terrestres americanas, general Mark Milly, deixou claro que das "cinco grandes" ameaças para os EUA [Irã, China, Rússia, Coreia do Norte e Daesh (proibido na Rússia)] é a Rússia que representa o maior perigo.
A situação na Ucrânia afetou muito a forma de pensar dos americanos. Eles nunca deram importância à guerra eletrônica, mas tudo mostra que o adversário está muito bem preparado nesta área.
A China também mostra progressos neste campo, mas ao contrário da Rússia não se comporta de modo tão agressivo. A Direção de Reação Rápida foi criada para as tropas terrestres, ela se ocupa da reação às ações de um inimigo continental. No caso da China o peso da guerra recai principalmente sobre a marinha e aviação dos EUA.
Quem tem hackers mais inteligentes?
A ameaça cibernética por parte da Rússia também faz parte das competências da Direção de Reação Rápida. Foi considerado que hackers russos paralisaram a Estônia em 2007 e interferiram no processo eleitoral dos EUA neste ano.
Os hackers russos não aparecem nas manchetes tão frequentemente como os da China, mas isto apenas indica o profissionalismo deles. Os americanos destacam que depois da Guerra Fria os russos não dissolveram as tropas de guerra eletrônica, enquanto os EUA liquidaram parte dos seus destacamentos nesta área.
A inquietação principal dos EUA é provocada pela capacidade dos meios de guerra eletrônica russos em afetar o sistema GPS, do qual depende completamente a capacidade de combate do exército americano. Sem o GPS as armas de alta precisão se tornam inúteis.
Os meios de guerra eletrônica terrestres devem silenciar o "sistema de limitação de acesso" do inimigo para que o exército dos EUA possa usar os armamentos comuns.
De acordo com o general Walter E. Piatt, o próximo palco das batalhas deste tipo poderão ser os Países Bálticos. "Os nossos adversários devem se dar conta que eles não podem atacar ou impor a sua vontade aos nossos parceiros de pequena dimensão que ficam na zona de acesso limitado", declarou Piatt.