Italianos da América Latina temem perda de representatividade em Roma

© East News / Manuel Silvestri/PolarisVeneza, Itália, Praça de São Marcos
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Mais de 1,3 milhão de italianos que vivem na América do Sul poderão perder sua representatividade e poder de decisão na Itália caso seja aprovada a reforma constitucional proposta pelo governo do país.

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Em entrevista à Sputnik, Francesco Di Tillo, porta-voz do comitê pelo 'Não' do Brasil, explicou que se a proposta for aceita, os italianos de outros países não terão mais capacidade de decisão na integração do Senado da República e ainda perderão seus seis membros na câmara alta do parlamento italiano, mantendo apenas seus 12 deputados na câmara baixa.

A reforma, redigida pela ministra para Relações com o Parlamento, Maria Elena Boschi, e apoiada pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, será submetida a referendo no próximo dia 4. A opinião pública no país está fortemente dividida sobre a mudança na Carta Magna, num contexto de estancamento da economia e com o sistema bancário quase entrando em colapso. Um dos pontos principais da proposta consiste na redução de atribuições do Senado, que passaria a ser mais um órgão consultivo do que legislativo. E, nesse sentido, não seria mais eleito diretamente pelo povo. As regiões e os municípios que escolheriam seus representantes, e os italianos de fora da Itália não teriam lugar na nova Casa. 

Para Di Tillo, essa perda pode parecer uma questão pequena, mas, na realidade, é algo "extremamente importante", uma conquista obtida há poucos anos. Segundo ele, a reforma tenta reduzir a participação dos italianos no exterior ao mesmo tempo em que a emigração aumenta, devido à crise econômica no país europeus. 

"Hoje, há cada vez mais cidadãos deixando o país. Sem um motivo justificado, tentam lhes retirar novamente a representatividade, ao invés de aumentar a participação e a possibilidade de que todos se sintam em casa", afirmou. 

Em sua maioria, os italianos da América Latina são descendentes de imigrantes que chegaram à região a partir do final do século XIX. De acordo com o Ministério do Interior da Itália, há registrados atualmente quase 692 mil italianos na Argentina, 316 mil no Brasil, 116 mil na Venezuela e 90 mil no Uruguai, entre outros países. 

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