A reforma, redigida pela ministra para Relações com o Parlamento, Maria Elena Boschi, e apoiada pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, será submetida a referendo no próximo dia 4. A opinião pública no país está fortemente dividida sobre a mudança na Carta Magna, num contexto de estancamento da economia e com o sistema bancário quase entrando em colapso. Um dos pontos principais da proposta consiste na redução de atribuições do Senado, que passaria a ser mais um órgão consultivo do que legislativo. E, nesse sentido, não seria mais eleito diretamente pelo povo. As regiões e os municípios que escolheriam seus representantes, e os italianos de fora da Itália não teriam lugar na nova Casa.
Para Di Tillo, essa perda pode parecer uma questão pequena, mas, na realidade, é algo "extremamente importante", uma conquista obtida há poucos anos. Segundo ele, a reforma tenta reduzir a participação dos italianos no exterior ao mesmo tempo em que a emigração aumenta, devido à crise econômica no país europeus.
"Hoje, há cada vez mais cidadãos deixando o país. Sem um motivo justificado, tentam lhes retirar novamente a representatividade, ao invés de aumentar a participação e a possibilidade de que todos se sintam em casa", afirmou.
Em sua maioria, os italianos da América Latina são descendentes de imigrantes que chegaram à região a partir do final do século XIX. De acordo com o Ministério do Interior da Itália, há registrados atualmente quase 692 mil italianos na Argentina, 316 mil no Brasil, 116 mil na Venezuela e 90 mil no Uruguai, entre outros países.