Edson, de 39 anos, estava acompanhado do colega de empresa Gelson Galiotto, de 36 anos, que também não sobreviveu ao trágico acidente.
O repórter esportivo, que nasceu em Chapecó, completaria em janeiro, 11 anos de casado com a professora Roberta da Silva Ebeliny, com quem tinha dois filhos Davi, de 3 anos e Heloisa de 9 anos. Edson Luiz Picolé ainda tinha mais dois filhos.
Em entrevista exclusiva para a Sputnik, Roberta da Silva Ebeliny comentou as últimas informações dadas pelas autoridades colombianas de que a causa do acidente com o voo que transportava a delegação Chapecoense foi a falta de combustível. A professora avalia a situação como de extrema imprudência.
"Essa notícia para mim é recente, porque a partir do momento em que eu recebi a notícia de que o avião havia caído desliguei a TV, eu parei de assistir, eu tenho dois filhos com o Edson e queria privá-los disso. Essa informação está chegando aos poucos e eu penso que houve uma grande imprudência, resumo isso como imprudência. Acredito que as autoridades vão tomar as devidas providências a respeito disso."
Roberta contou que recebeu a notícia da queda do avião onde estava o marido através de amigo da rádio Super Condá. "Um colega de trabalho do Edson, o Edson Luiz Florão, que trabalhava com ele entrou em contato comigo às 5 horas da manhã para me informar do que havia acontecido."
A professora conta que o marido antes era muito fã do time Chapecoense, mas sabia deixar a torcida pelo clube de lado na hora do trabalho. "Ele gostava muito, era torcedor, mas bem profissional também e a relação dele com o time, com toda a comissão técnica era muito aberta, muito amigável. Era uma pessoa muito bem vista aqui por Chepecó. Ele estava com o Gelson Gallioto, eram parceiros de viagem, muito amigos."
Antes da viagem rumo a Medellín, onde ia acompanhar a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional da Colômbia, Roberta disse que o marido se mostrou apreensivo, estava preocupado, sentimento que não era comum, pois sempre estava feliz quando viajava para acompanhar os jogos.
"Todos tem alguma história parecida. Acho que todos que entraram nesse avião tem algo que parece que estava avisando. O Edson sempre gostou muito de viajar, de fazer os jogos, sempre muito contente, mas para esse jogo realmente ele estava bem apreensivo, muito nervoso. Ele não estava com uma vontade de ir para o jogo. Ele falou que não queria ir, mas ele iria era a profissão dele, era o trabalho dele, mas vontade mesmo ele não estava sentindo, ele estava muito nervoso."
Edson chegou a postar em sua rede social uma foto quando embarcava para Santa Cruz de La Sierra.
A mulher do jornalista esportivo também falou da solidariedade que vem recebendo dos amigos desde que aconteceu o acidente. "Desde que eu recebi a notícia eu tenho recebido muitas visitas. As pessoas tem sido muito solidárias comigo, elas vem e me fazem companhia. Eu não tenho saído de casa. Eu vi as homenagens na Colômbia e na Arena Condá por mensagens nas redes sociais. A proporção é mundial. Conforma saber que as pessoas estão comovidas e que o mais importante agora são vibrações positivas para as famílias e para eles também que nos deixaram."
A família de Edson Luiz Ebeliny, aceitou participar das homenagens e do velório coletivo que será realizado no estádio da Chapecoense. A professora disse que tem recebido toda a assistência por parte do clube e da emissora onde o marido trabalhava.
"A Comissão da Chapecoense tem nos auxiliado, o governo também, auxílio funeral. A Rádio, inclusive, tem nos amparado bastante. Em relação a isso eu não tive nenhuma preocupação. Ele vai ser velado na Arena, no coletivo. Ele era uma pessoa pública, muitos gostavam dele e depois faremos individual também para ser algo mais reservado."
Segundo Roberta Ebeliny a imagem que vai ficar do marido é a do repórter esportivo Edson Luiz Picolé, o profissional dedicado, alegre e sempre com mensagens de otimismo. "Do Edson fica uma mensagem positiva, porque além de trabalhar com o time como repórter, ele tinha um programa na rádio, Show da Manhã, todas as manhãs, onde ele iniciava o programa sempre dando bom dia, se dizendo como o comunicador positivo, o operário da comunicação. Sempre iniciava com uma mensagem de otimismo, ligada a Deus, mensagens nesse sentindo, é isso que fica agora também. Era uma pessoa que acredita muito em Deus, com certeza ele está bem e o que fica para nós é a positividade, o carisma dele."