Para Milton Sordi, Sandro Pallaoro deixou um grande legado para a administração do futebol brasileiro. Sandro foi uma das 71 vítimas fatais do trágico acidente aéreo com a delegação da Chapecoense. Na madrugada de 29 de novembro, caiu na região montanhosa de Medellín o avião que conduzia a delegação e mais os jornalistas que iriam cobrir a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana, entre a Chapecoense e o Atlético Nacional, da Colômbia.
Sobre Sandro Pallaoro, de quem se considerava mais do que um amigo, Milton Sordi diz:
"A visão que Sandro me passava (eu estive com ele no sábado pela manhã, ele esteve na minha empresa por duas horas e nós conversamos das 9 às 11) era de muita determinação. No domingo pela manhã, ele seguiu para São Paulo, onde acompanhou o jogo da Chapecoense com o Palmeiras. No sábado, a gente estava falando sobre a Chapecoense e, como das outras vezes em que conversamos sobre o clube, ele dizia que o grande trunfo da Chape era o núcleo duro, composto por ele (Sandro), o Cadu Gaúcho e o Marinho, que eram os dois gerentes de futebol. Então, eles eram muito assertivos nas contratações e conheciam muito desse meio futebolístico, os atletas, e trabalhavam sempre dentro de uma realidade de orçamento. Sandro me contava que empresários ofereciam jogadores às vezes com altos salários. Jogadores até bons, mas Sandro entendia que eles não se adequavam à realidade da Chapecoense. Então, era um time que não tinha grandes estrelas mas era um conjunto que funcionava muito bem e tinha união. Era praticamente uma família, os jogadores se consideravam irmãos. Eu acho que essa humildade, esse profissionalismo deles fez com que a Chapecoense se tornasse grande perante o mundo todo."
Milton Sordi acrescenta, então, sobre o amigo morto e seu amor pela Chapecoense:
"Então, o legado que o Sandro deixa para nós é um legado de ética, honestidade, trabalho duro e responsabilidade. Eu acho que é isso. No sábado pela manhã, Sandro ainda comentou comigo: 'Milton, eu acho, eu tenho quase certeza de que nós vamos ser campeões da Sul-Americana, porque o grupo está muito unido, fechado, e a gente sente esta energia no vestiário. Nós vamos ser campeões e isso vai servir de exemplo para o Brasil.'"