A abordagem mais dura dos EUA em relação à China, principal parceira da Coreia do Norte, reflete, de acordo com a Reuters, a crescente impaciência de Washington com Pequim, que não estaria levando a sério as sanções já existentes contra o regime de Kim Jong-un. Essa teria sido a mensagem dada pelo vice-secretário de Estado Antony Blinken a autoridades chinesas durante um encontro no país asiático em outubro, pouco depois do quinto teste nuclear norte-coreano, realizado em 9 de setembro. Mensagem que, por sinal, foi reforçada pelo chefe da diplomacia americana, John Kerry, e pela conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, em novembro, durante reunião com o conselheiro de Estado chinês, Yang Jiechi, na cidade de Nova York.
Em resposta aos alertas dos Estados Unidos, funcionários do governo chinês disseram se opor a qualquer medida que possa afetar as empresas chinesas, em meio a um clima já bastante tenso entre os dois países por conta das disputas no mar do Sul da China e da insistência dos EUA em instalar um poderoso sistema de mísseis na Coreia do Sul.
"Nós esperamos que a China implemente a resolução, mas se detectarmos que companhias chinesas estão conduzindo negócios que violam a resolução, ajudando e estimulando entidades proscritas da Coreia do Norte, vamos dizer aos chineses o que sabemos, com a expectativa de que os chineses façam alguma coisa", disse Danny Russel, secretário de Estado assistente para Negócios com o Leste da Ásia e Pacífico.
Com o mandato do presidente Barack Obama chegando ao fim, qualquer grande medida em relação a Pequim, segundo as autoridades americanas, deverá ser tomada no governo de Donald Trump, cujo posicionamento ainda não está claro para todos, apesar de suas críticas à China.
"Se os chineses se recusarem ou errarem ao agir, já deixamos absolutamente claro: não apenas nos reservamos o direito de tomar uma ação de base nacional, mas não teremos escolhas além dessa", afirmou Russel.