O Brexit que aconteceu neste ano mostrou uma importante divisão na União Europeia e fez os russos esperarem que os "países descontentes" da UE bloqueiem a decisão de prorrogar as sanções. Apesar de, por enquanto, quase todos os países da União se terem pronunciado a favor das medidas restritivas, as futuras eleições em vários países europeus podem minar a unanimidade da UE neste assunto.
Muitas razões dos "fracassos" russos têm origens em 2014, quando a Crimeia aderiu à Rússia, estourou o conflito no Leste ucraniano, o Ocidente introduziu sanções e o preço do petróleo caiu para metade. Muitos dos avanços que a Rússia conseguiu nas relações com as antigas repúblicas soviéticas ao longo da última década desapareceram quando a economia russa entrou em recessão.
Ao mesmo tempo, tais países como a Ucrânia, a Moldávia e a Geórgia têm tentado melhorar os laços com a União Europeia e a OTAN, destacam os analistas do Stratfor.
Porém, levando em conta a situação atual na UE e nos EUA, é provável que estes países reavaliem a sua política. Por exemplo, as presidenciais moldavas que resultaram na vitória do candidato pró-russo Igor Dodon mostraram que o país está cada vez menos interessado na aproximação com o Ocidente. Mesmo que haja pouca hipótese do novo presidente conseguir voltar todo o "barco" do Estado para a aliança com Moscou, ele ao menos tentará estreitar os laços econômicos e políticos com a Rússia. A Geórgia, por exemplo, também começou a abrandar sua postura quanto à Abkhazia e Ossétia do Sul. Mais que isso, após as eleições legislativas, Tbilisi também pode fortalecer sua cooperação econômica com Moscou, preveem os analistas.
Em paralelo, Kiev pode tentar reforçar a "integração militar" com a Polônia e os países do Báltico caso os membros da OTAN (os EUA, em particular) reduzam sua presença na Europa do Leste, diz-se na matéria.
Até os países que antigamente expressavam uma postura bastante neutra na confrontação entre a Rússia e o Ocidente podem mudar sua filosofia, afirma o Stratfor.