"O fato de ele [Fidel Castro] ter encabeçado o processo revolucionário a 90 km da primeira potência mundial pressupõe circunstâncias severas e radicais, autodefesa permanente, o que é frequentemente esquecido por pessoas que desconhecem a história da América Latina", frisou Mujica.
O senador e ex-presidente não deixou de recordar vários casos de intervenções e tentativas de ingerência por parte dos Estados Unidos contra países do Caribe.
"Eu precisaria de muitas horas para contar sobre as várias intervenções desde os tempos de Theodor Roosevelt e antes dele", disse Mujica, sublinhando que "viver no Caribe e desafiar os EUA é uma façanha de Dom Quixote".
Por isso, a revolução cubana não foi uma festa. "A revolução cubana não é poesia, senão uma condenação, uma tragédia das pessoas que queriam seguir pelo seu próprio caminho na época da Guerra Fria".
"Centenas de bilhões de horas foram gastos não no trabalho produtivo, mas na desconfiança e na vida em estado de autodefesa permanente."
Contudo, o ex-presidente Mujica insiste que a luta pela igualdade é "uma das bandeiras principais da revolução cubana"; ela deve permanecer em destaque hoje em dia, "sem ódio, sem irritação, sem crime".
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