Os magistrados e representantes do Ministério Público criticam que os parlamentares estão alterando medidas, como o pacote anticorrupção e o projeto de lei que pune o abuso de autoridade, com o objetivo de restringir o trabalho investigativo deles, principalmente na Operação Lava Jato.
Ao participar da abertura do 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, em Brasília, Cármen Lúcia ressaltou o importante papel pacificador da sociedade, que a Justiça deve apresentar neste momento, considerado por ela como de intolerância, devido a ineficiência do Estado brasileiro.
Segundo a presidente do STF e do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), a Justiça precisa ser uma fonte de "sossego" para o cidadão, sendo assim, pediu aos juízes que elaborem metas e políticas públicas para o Judiciário não com parcialidade, mas com os valores da democracia.
"Temos problemas comuns, mas temos deveres comuns com a sociedade brasileira em um momento de extrema dificuldade e eu não vou dizer que seja inédito que há uma enorme intolerância com as faltas e a falta de eficiência do Poder Público que nos levar a pensar como temos que agir para que a sociedade não desacredite no Estado, uma vez que o Estado Democrático previsto constitucionalmente tem sido, ou parece ser até aqui a nossa única opção porque é a Democracia ou a guerra e o papel da Justiça é o de pacificar. Portanto, temos um compromisso direto de sermos responsáveis por trazer sugestões, propostas, projetos, fluxogramas, para que nós consigamos proporcionar um pouco de sossego ao povo brasileiro, no que seja nossa competência."
Cármen Lúcia, ainda destacou na abertura do encontro, que define as metas para o ano seguinte, que o compromisso do Poder Judiciário é o de não deixar que a sociedade desacredite na Justiça e passe a fazer a justiça com as próprias mãos, optando pela vingança. "Justiça pelas próprias mãos, que nada mais é que exercer a vingança, que é a negativa da civilização, a não civilização."