Ao ser indagado sobre a iniciativa da Mesa Diretora do Senado de não cumprir a decisão liminar do ministro do STF e aguardar a decisão pelo plenário do Supremo, Renan Calheiros, afirmou que nenhuma democracia merece tal decisão estando a poucos dias do término do mandato.
"Há uma decisão da mesa diretora do Senado Federal que precisa ser observada do ponto de vista da separação dos poderes e do afastamento há nove dias do término de um mandato de um presidente de um poder por decisão monocrática. É isso que tem que ser observado. A democracia mesmo no Brasil não merece esse fim. Eu anunciei um calendário aqui que foi aprovado pelos líderes, um calendário importantíssimo, de matérias importantíssimas de interesse nacional. É óbvio que continha nesse calendário algumas matérias que feria interesse do próprio judiciário, do Ministério Público, mas isso é da democracia."
"Eu já como Presidente do Senado Federal me obriguei a cumprir liminares piores do ministro Marco Aurélio, uma delas que eu fiz questão de cumprir citando um a um, foi uma decisão do ministro Marco Aurélio, que impedia que nós acabássemos com os super salários no Legislativo. Ele concedeu uma liminar e me obrigou a citar um a um, e eu citei os 1100 servidores do senado que ganham acima do teto e desfiz o super salários no Senado Federal. Em outras palavras, toda vez que ele (Marco Aurélio Mello) ouve falar em acabar com super salário, ele parece tremer na alma."
Caso o afastamento de Renan Calheiros seja suspenso pelo plenário do Supremo, ele poderá terminar o mandato de presidente ainda no exercício do cargo, já que a última sessão do Senado de 2016 está marcada para dia 14 de dezembro. Em fevereiro de 2017, o Senado elege um novo presidente, antes que o STF possa retomar a discussão sobre o afastamento de Calheiros.