A questão que provoca a maior preocupação entre os lituanos, segundo o jornal, é a seguinte: "O que fazer caso a Rússia nos invada?". Os altos funcionários que estão se debruçando sobre esta questão não deixam de tentar aumentar a capacidade defensiva do país.
A divulgação ativa de panfletos informativos dedicados a uma possível ocupação do país já virou atividade preferida para as autoridades lituanas. O manual de "preparativos para a sobrevivência" já foi reeditado três vezes.
Segundo frisa o Guardian, o conteúdo dos panfletos informativos é cada vez mais criativo. Se o primeiro manual tinha um caráter discreto e apelava aos lituanos para que não temessem "tiroteios nas ruas", o segundo panfleto chamado de "Abordagem Divertida das Recomendações Sérias" já é dirigido aos jovens. Em particular, o jornalista do Guardian diz que lhe chamou atenção a abundância de gatinhos desenhados nas páginas do manual.
O Guardian também conseguiu obter um comentário de um dos voluntários que estão divulgando os panfletos.
"Nossa mídia nos conta permanentemente sobre um conflito emergente [com a Rússia], mas o perigo existente é evidentemente exagerado. Apenas uma percepção clara daquilo que se deve fazer nas situações de emergência pode ajudar os lituanos a se sentirem seguros de novo", manifesta um ativista dos direitos humanos.
O autor opina que a preocupação das autoridades lituanas pode ser explicada pelas perspectivas nebulosas da Aliança Transatlântica. Os representantes da Lituânia esperam que as relações dos EUA com os países do Báltico permaneçam ao mesmo nível, mas preparam seu povo "para o pior" com antecedência.
Em 20 de novembro se realizaram as manobras Espada de Ferro das tropas da Aliança Atlântica, das quais participaram 11 países-membros da OTAN. Mais cedo, durante a cúpula da OTAN em Varsóvia, foi decidido criar um batalhão internacional, cujo núcleo fosse constituído por forças alemãs.