"A Ucrânia jogou no campo de Clinton, mas Paul Manafort [o chefe da sede eleitoral de Trump] tem boa memória, já para não falar de Trump, que tem uma memória excelente. Isso foi imperdoável", disse o conselheiro de Manafort ao Vesti.
Segundo as palavras do analista político Vladimir Fesenko, Trump ainda não se definiu quanto ao assunto ucraniano. Além disso, o presidente não tem funcionários para se ocuparem da Ucrânia.
"O risco são as suas negociações com a Rússia, até um possível acordo referente à Ucrânia: eles podem decidir algo por nós", cita o jornal as palavras de Fesenko.
Além disso, as fontes do Vesti confirmam que Washington já não tem interesses diretos na Ucrânia.
"Em qualquer caso, nós já não iremos ocupar o primeiro lugar na lista de prioridades dos EUA — no melhor dos casos, nós seremos entregues à Europa", sugere o analista político Vadim Karasev.
Segundo o jornal, os EUA não irão decidir a questão ucraniana antes do verão de 2017, e está supostamente planejado tomar uma solução inequívoca — ceder as posições à Rússia.
Entre a oposição estão buscando um possível líder ucraniano, o que, de acordo com os especialistas, fala da completa ausência de confiança em Pyotr Poroshenko. Ao mesmo tempo, a oposição tenta acelerar o momento da mudança de governo.
"Muitos estão agora trocando de sapatos com sucesso, os que antes eram do pró-ocidentais agora se tornam centristas, dizem coisas mais positivas em relação à Rússia", disse o analista político Ruslan Bortnik.
A equipe de Poroshenko, por sua vez, está trabalhando num plano para conservar as posições, há dois modelos — o "parceiro de treinamento" e o "sucessor", nota o jornal.
"Poroshenko não vai desistir da luta por um segundo mandato, exceto se entender que não tem nenhuma possibilidade. Em 1999, o índice de popularidade de Kuchma era menor do que é agora o de Poroshenko, mas ele se tornou presidente. Aqui, é necessário ter em conta as tecnologias e a consolidação das elites", concluiu Vladimir Fesenko.