Ao comentar o processo que está em andamento contra ele no Supremo que o tornou réu por desvio de dinheiro público e os inquéritos contra ele nas investigações da Lava Jato, Renan Calheiros garantiu que todas as acusações vão cair uma a uma.
"O que houve foi que eu pedi a investigação em função de denúncias sobre um caso pessoal. Entreguei todos os meus sigilos, todos os documentos. Essa matéria passou oito anos no Ministério Público. Quando eu disputei a eleição com o Pedro Taques (senador), com o Supremo em recesso no mês de janeiro fizeram uma denúncia. Essa denúncia foi recebida, diziam que eu tinha praticado crimes de documentos falsos, de recebimento de dinheiro de empreiteira. O que é que sobrou? Sobrou um suposto crime de peculato, porque nós contratamos na verba indenizatória uma locadora e eu paguei essa locadora em dinheiro, isso não é crime. Isso não vai sobreviver. Da mesma forma que a primeira denúncia que a Lava Jato fez contra mim, a denúncia a partir da delação do Paulo Roberto Costa, ela já foi arquivada. Ela ensejou três outras investigações, arquivaram a primeira e não arquivaram as duas outras que eram consequências delas. Uma a uma essas acusações vão ruir em todas, porque eu sou inocente, estou colaborando, vou colaborar. Já fui quatro vezes depor na Polícia Federal, irei quantas vezes for necessário ir para que tudo isso se esclareça. Vocês tenham absoluta convicção que ninguém pode ser condenado por ouvir dizer, sem provas, sem nada, unicamente por ser presidente do Congresso Nacional."
Ao retomar a presidência do Senado, Renan manteve nesta quinta-feira (8) sob protestos da oposição a agenda de votações aprovadas pelos líderes, como a previsão de análise da Pec do Teto de Gastos em segundo turno marcada para o próximo dia 13 de dezembro. Calheiros afirmou de volta ao Plenário da Casa que toda a pauta será cumprida.
"Vamos cumprir a nossa pauta, encerrar os trabalhos no dia 15 e vamos retornar os trabalhos em 1° de fevereiro. Vamos votar a PEC do Gasto, em segundo turno, no dia 13 e, se for o caso, promulgá-la no dia 15."
Ao falar sobre o projeto de lei do abuso de autoridade, que criou um impasse ente Legislativo e o Judiciário, o presidente do Senado reafirmou que a decisão caberá ao plenário da Casa. "Qualquer decisão com relação à urgência de alguma matéria tem que ser decisão do plenário, não é do presidente. O presidente pauta, mas quem decide se é urgente ou se não é urgente é o plenário. Tenho feito exatamente isso: quando tentaram apreciar aquela matéria, as medidas (anticorrupção) que vieram da Câmara, estava claro que o requerimento não seria aprovado para apreciação em caráter de urgência, fiz questão de concluir a votação porque o plenário me daria uma noção de espaço temporal com a tramitação da matéria."