O exercício Joint Viking, no qual à Brigada Norueguesa Norte se irão juntar tropas dos EUA e do Reino Unido, deverá começar no início de março, totalizando mais de 10.000 homens juntamente com aeronaves, helicópteros, tanques e navios de guerra. Mais notavelmente, é esperado que este se torne o maior exercício jamais realizado no extremo norte, superando o anterior exercício conjunto de inverno em Finnmark, que foi realizado dois anos atrás com 8.000 efetivos, e que por sua vez foi o maior do seu género desde 1967.
"Usando Finnmark como teatro de operações nos permite praticar o deslocamento de unidades das bases do sul da Noruega e de Tromso para norte, isso também fornece boas condições de treinamento para artilharia de precisão", disse o porta-voz do Exército norueguês, tenente-coronel Ivar Moen, à emissora de rádio NRK.
Entretanto, a pesquisadora sênior Julie Wilhelmsen do Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais (NUPI) afirmou que o exercício seria mesmo assim percebido como uma provocação e uma manifestação de força da OTAN pelos russos. Além disso, os exercícios em larga escala da OTAN em áreas fronteiriças do extremo norte podem incitar uma resposta simétrica do lado russo.
"É provável que tal exercício leve a uma reação russa, estimulando os russos a fazer algo semelhante no seu lado da fronteira", argumentou Wilhelmsen, citando um exercício russo de 2015 que foi realizado na região de Murmansk em resposta às anteriores manobras Joint Viking em Finnmark adjacente à Rússia.
Forsvaret og fleire sivile etatar øvde saman under øving Nord sist veke. https://t.co/3LvyMRtzHz pic.twitter.com/jUhYc3VOzo
— Forsvaret (@Forsvaret_no) 2 de maio de 2016
A edição deste ano da Joint Viking incluirá forças da Marinha, Exército e Força Aérea, bem como 750 participantes estrangeiros.
"As forças estrangeiras não irão operar de forma independente, mas serão integradas nas unidades norueguesas", disse Ivar Moen à NRK.
"O estacionamento de cerca de 330 militares em Varnes não ajudará de forma nenhuma a melhorar a segurança no norte da Europa", disse o adido de imprensa da Embaixada da Rússia na Noruega, Maksim Gurov, em um e-mail enviado à NRK. Segundo ele, a política de evitar tropas estrangeiras em solo norueguês sempre foi vantajosa para a Noruega, mesmo na época da Guerra Fria.
Na Noruega, o plano de delegar parcialmente a defesa nacional nos fuzileiros navais dos EUA foi criticado por "renunciar à responsabilidade pela segurança da Noruega". Em Varnes, a companhia de Marines dos EUA será reforçada com pessoal de logística e médico, bem como artilharia própria e tanques.
De acordo com as Forças Armadas norueguesas, o propósito do exercício é de aprimorar a preparação dos militares para o inverno e, simultaneamente, resolver tarefas militares. Outra característica notável é que o Joint Viking do próximo ano não será, ao contrário de suas edições anteriores, focado na interação durante operações de manutenção da paz.