'Tomada de Aleppo é um grande golpe para os EUA'

© REUTERS / Omar SanadikiForças governamentais em Aleppo
Forças governamentais em Aleppo - Sputnik Brasil
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Após a tomada de Aleppo pelo exército sírio, a Sputnik falou com o jornalista argentino Leandro Albani, que foi correspondente no Oriente Médio trabalhando para várias mídias latino-americanas.

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A tomada de Aleppo pelo exército sírio "significa um grande golpe para todos os grupos terroristas que estão há quatro anos na Síria. Mas também é um golpe muito duro para os Estados Unidos e seus aliados, porque os EUA fizeram nestes últimos meses todo o possível para que todos os grupos irregulares se pudessem reagrupar", disse à Sputnik Mundo Leandro Albani, jornalista da revista Sudestada e dos portais Resumen Latinoamericano e Marcha.org.

Para ele, que já trabalhou para a Agência Venezuelana de Notícias (AVN), o único objetivo dos Estados Unidos "era que estes grupos irregulares pudessem se rearmar e se reagrupar". Por isso, não só foi um golpe, talvez o mais duro que já deram o governo e o exército sírios contra os terroristas, mas também um golpe contra os EUA, destaca jornalista argentina.

De acordo com Albani, nos bairros de Aleppo controlados por grupos terroristas estes grupos nunca fizeram nada pela população. "Nas áreas que eles controlam, o que se pôde ver foram apenas assaltos, assassinatos de civis e uso de civis como escudos humanos", acrescentou Albani.

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"Vamos ver de que maneira será reconstruída a cidade. Há que ter em conta que muitos terroristas escaparam e, certamente, também ficarão alguns ativos em Aleppo", disse ele.

Algo semelhante ao que acontece no norte da Síria, onde as tropas curdas estão liberando quase todas as áreas, mas ficam alguns militantes de grupos terroristas que depois cometem atentados e massacres, acrescentou.

"Tanto o exército sírio como a Rússia devem ser preparados para novos possíveis ataques terroristas."

O jornalista informou que o governo sírio, especialmente neste último ano, tem vindo a fazer muitos acordos com grupos irregulares para tentar fazê-los depor as armas e para voltar a inseri-los na sociedade.

No que diz respeito às propostas "humanitárias" de Washington e seus aliados, o jornalista acredita que essas negociações foram sempre "muito fracas" e "algumas propostas foram bastante funcionais para introduzir grupos que, em teoria, são humanitários, mas que fazem um trabalho de apoio a esses grupos rebeldes, como os Capacetes Brancos", disse Albani.

De qualquer forma, "é difícil que as tréguas em Aleppo, neste caso, ou na Síria, em geral, possam ser longas, porque os grupos terroristas nunca as aceitam, e porque eles não fazem parte de nenhum tipo de diálogo", destacou jornalista argentino.

Em conclusão, ele sublinhou que os planos de reconstrução e de ajuda humanitária funcionaram melhor quando a Rússia estava envolvida.

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