A deputada ucraniana Nadezhda Savchenko, anteriormente condenada na Rússia pelo assassinato de dois jornalistas em Donbass e posteriormente indultada pelo presidente Vladimir Putin, disse que, ao contrário das autoridades ucranianas, não considera que os líderes das autoproclamadas República Popular de Donetsk (DNR, sigla em russo) e República Popular de Lugansk (LNR), Aleksandr Zakharchenko e Igor Plotnitsky, sejam terroristas.
"Para mim, Zakharchenko e Plotnitsky não são terroristas. Devem abrir os regulamentos militares, as regras de condução de guerra e ler o que é o terrorismo. Não, eles não são terroristas. Há um conjunto bem definido de noções do que é considerado terrorismo. Há uma parte de separatistas e uma parte de colaboracionistas. Há ainda a parte da população ocupada", disse Savchenko no canal de televisão Expresso TV.
A viagem de Savchenko no início de dezembro a Minsk, onde ela se encontrou com os chefes de DNR e LNR, desencadeou um escândalo na política ucraniana. Mais tarde, ela disse que na reunião não viu inimigos, mas pessoas com quem é preciso negociar.
Muitos deputados criticaram Savchenko por se ter reunido com as milícias. O partido Batkivschina (Pátria) da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko excluiu Savchenko da sua fação parlamentar, dizendo, todavia, que não vai pedir a retirada do seu mandato de deputada.