"No momento em que o câmbio também está ajudando as exportações pela desvalorização do real frente ao dólar, eu não tenho dúvida nenhuma que um empreendimento desse tamanho anima investidores internacionais, a poderem olhar o Brasil com muito mais atenção."
O Complexo Minerador em Canaã dos Carajás vai entrar em operação comercial em janeiro de 2017 e terá capacidade de processar 90 milhões de toneladas por ano. A produção de minério de ferro na região utiliza menos água do que as minas tradicionais e não precisa de barragem de rejeitos, o que diminui os impactos ao meio ambiente e os riscos de novos acidentes como o que aconteceu em Mariana, em Minas Gerais.
Em discurso, o diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, ressaltou que apesar de toda a crise a Vale não desistiu de investir no Brasil. Segundo Murilo Ferreira, a empresa teve uma "perda impressionante" de receitas durante a implementação do projeto em 2011, pois a tonelada do minério de ferro valia US$ 191, e em janeiro deste ano estava valendo US$ 37.
"Nós nunca deixamos de acreditar que nós estávamos fazendo o novo. Sabemos que o Brasil passa por uma dificuldade muito grande, mas nem por isso nós demos as costas a um passado grandioso para a Vale, ele serviu de bússola para o nosso futuro."
O investimento total no projeto é de US$ 14,3 bilhões, sendo que US$ 6,4 bilhões são para a implantação da mina e da usina e US$ 7,9 bi referentes à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás e à ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).