De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o maior volume de doações com suspeitas de irregularidades veio de pessoas onde a renda conhecida é incompatível com o valor doado, contabilizando cerca de 16% do total.
O levantamento também mostrou que mais de 141 mil CPFs de pessoas desempregadas doaram para campanhas de prefeitos ou vereadores.
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid explicou que o TSE cruzou dados com a Receita Federal para fechar o balanço. Segundo Jorge Rachid, foram encontrados no balanço alguns casos de doações de pessoas ligadas ou sócios de empresas que recebem recursos da administração pública, o que é proibido.
"Uma única pessoa física ligada a essas entidades fez doações a 162 candidatos diferentes. A maior doação de uma pessoa a um único candidato supera a 1,5 milhão. Em um caso um único candidato recebeu doações de 51 pessoas físcia diferentes todas elas ligadas a essas entidades que eu mencionei, entidades, pessoas jurídicas, que receberam recursos públicos", disse Rachid.
Foram também identificados na pesquisa do TSE, casos de doadores do programa Bolsa Família do governo, e doadores com certidão de óbito.
Durante a divulgação do balanço, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes falou sobre o julgamento do processo que pede a cassação da chapa da ex-presidenta Dilma Rousseff e o presidente Michel Temer, em 2014.
Para Gilmar Mendes, a análise das delações da Odebrecht pode atrasar o resultado da ação que corre no tribunal.
"Mantida a atual situação de temperatura e pressão, nós podemos julgar no primeiro semestre. Se o relator entender que nós temos que aprofundar inclusive, nas delações da Odebrecht, certamente nós vamos ter desdobramentos nesta fase e não vamos ter decisões no primeiro semestre", explicou o ministro.
No balanço final do TSE, em 2016 foi registrado um total de mais de R$ 3,3 bilhões em doações de campanha, número bem inferior aos R$ 6 bilhões gastos em 2012. A diminuição de doações é justificada pelo Tribunal Superior Eleitoral com sendo um reflexo da redução do tempo de campanha neste ano e também a proibição das doações empresariais para partidos e candidatos.