Com slogans do tipo "Nós gostamos da morte mais do que vocês gostam da vida", o Daesh tenta conquistar um público jovem através da promoção de uma subcultura extremamente violenta, onde o jihadismo é exibido como "bacana", criando o falso sentimento de camaradagem.
A imagem central da propaganda do Daesh é a criação de uma cultura em que alegadamente racismo e islamofobia não existem e em que os laços entre os membros são muito fortes.
As recentes perdas sofridas pelo grupo terrorista, inclusive a libertação de Aleppo, fizeram com que eles tentassem mudar o tom da propaganda, deixando de lado a publicidade embasada na força bruta e na execução de "infiéis", mas, no final das contas, continuam propagando as mesmas barbaridades.
O pesquisador sueco da Universidade Malmo, Michael Krona, disse à rádio Sveriges:
"Eles se tornaram bastante qualificados na escolha do público para as suas mensagens, já não é a produção em massa que víamos antes. Todo o maquinário deles, combinado com a religião, emoções e estratégia de marketing extremamente inteligente tornam eles mais sucessíveis do que outros movimentos terroristas."
Segundo o pesquisador, recentemente, a propaganda é outra, pois não destaca muito a violência, ela se concentra mais na criação de um tipo de um paraíso para os islamistas.
"A mensagem mais importante que eles desejam transmitir é o senso de comunidade. Eles se sustentam em todos os tipos de descriminalização que muçulmanos podem enfrentar ao redor do mundo. E dizem, venha para cá, onde você será apreciado, bem como se sentirá parte de algo", disse Krona.
De acordo com a Fundação Quilliam, o Daesh emitiu um total de 52 mil fotos e 140 horas de vídeo através dos seus meios de comunicação oficiais entre janeiro de 2015 e agosto de 2016.
Nos últimos anos, cerca de 4 mil pessoas da Europa se juntaram a grupos extremistas na Síria e no Iraque.