Daesh tenta promover morte 'bacana' de refugiados que sofrem crise de identidade

© flickr.com / Day DonaldsonJihadistas do grupo terrorista Daesh
Jihadistas do grupo terrorista Daesh - Sputnik Brasil
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O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e em muitos outros países) há muito tempo vem usando a Internet para atrair um grande público. Agora, a ideia é outra: diferentes mensagens para públicos diferentes. O Daesh está promovendo uma subcultura que faz a morte parecer mais atraente e hipper.

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Usando fenômenos da cultura ocidental como música rap, moda e redes sociais, o grupo terrorista conseguiu criar uma impressão de ser capaz de oferecer a solução para a crise de identidade sofrida pela segunda geração de migrantes na Europa. 

Com slogans do tipo "Nós gostamos da morte mais do que vocês gostam da vida", o Daesh tenta conquistar um público jovem através da promoção de uma subcultura extremamente violenta, onde o jihadismo é exibido como "bacana", criando o falso sentimento de camaradagem.

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O recrutado pelo Daesh da Europa é um jovem marginalizado com origem estrangeira que sofre de crise de identidade por ser rejeitado pela sociedade ocidental e pela sociedade patriarcal dos seus parentes. É exatamente por isso que os recrutas do grupo terrorista abusam da estratégia de enfatizar ao máximo a ideia de comunidade.

A imagem central da propaganda do Daesh é a criação de uma cultura em que alegadamente racismo e islamofobia não existem e em que os laços entre os membros são muito fortes.

As recentes perdas sofridas pelo grupo terrorista, inclusive a libertação de Aleppo, fizeram com que eles tentassem mudar o tom da propaganda, deixando de lado a publicidade embasada na força bruta e na execução de "infiéis", mas, no final das contas, continuam propagando as mesmas barbaridades.

O pesquisador sueco da Universidade Malmo, Michael Krona, disse à rádio Sveriges:

"Eles se tornaram bastante qualificados na escolha do público para as suas mensagens, já não é a produção em massa que víamos antes. Todo o maquinário deles, combinado com a religião, emoções e estratégia de marketing extremamente inteligente tornam eles mais sucessíveis do que outros movimentos terroristas."

Segundo o pesquisador, recentemente, a propaganda é outra, pois não destaca muito a violência, ela se concentra mais na criação de um tipo de um paraíso para os islamistas.

"A mensagem mais importante que eles desejam transmitir é o senso de comunidade. Eles se sustentam em todos os tipos de descriminalização que muçulmanos podem enfrentar ao redor do mundo. E dizem, venha para cá, onde você será apreciado, bem como se sentirá parte de algo", disse Krona.

De acordo com a Fundação Quilliam, o Daesh emitiu um total de 52 mil fotos e 140 horas de vídeo através dos seus meios de comunicação oficiais entre janeiro de 2015 e agosto de 2016.

Nos últimos anos, cerca de 4 mil pessoas da Europa se juntaram a grupos extremistas na Síria e no Iraque.

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