Em entrevista à Sputnik Persa, o especialista em relações internacionais Mohammad Baram Meshgini opinou que a Crimeia, sendo parte da Rússia, desempenhará um papel de uma zona tampão que separa os EUA e seus aliados da ampliação de influência na Ásia Ocidental e no Cáucaso e exerce uma influência positiva sobre a política da Rússia no Oriente Médio.
Eis o que Meshgini revelou:
"A Crimeia é importante para Rússia por várias razões. Uma delas é por sua posição geográfica que permite ter mais oportunidades nos mar Negro e Cáspio e facilita o acesso à região do Cáucaso do Norte."
Segundo ele, apesar de terem vários objetivos, todos os países acima mencionados "resistem ao reforço da influência do bloco ocidental, chefiado pelos EUA e por alguns países europeus".
Alguns momentos históricos para um bom entendimento. Em 1828, o Império Russo e Persa assinaram o Tratado de Turkmanchay. Segundo o documento, o território da Crimeia pertence à Rússia. Há quem diga que esse acordo deixou de existir há muito tempo. Mas na realidade, suas cláusulas ainda continuam vigorando até os dias de hoje.
Na opinião de Meshgini, a situação em torno da Crimeia tem influência positiva para as políticas russas realizadas no Oriente Médio, permitindo reforçar o combate ao terrorismo nessa região e enfraquecer a Ucrânia que vende armas aos terroristas por intermédio da Arábia Saudita.
Ao mesmo tempo, Meshgini antecipa que o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia enfrentará resistência por parte dos EUA e do novo presidente Donald Trump. No entanto, segundo ele, a opinião dos EUA não deve ser levada em consideração pelos residentes da Crimeia.
Meshgini revela que existem dois modelos de construção de civilizações. A primeira prioriza o acúmulo da experiência que ajuda nessa construção, enquanto a segunda coloca em primeiro lugar a criação da civilização cuja experiência se acumula posteriormente. Esses modelos definem a dinâmica do desenvolvimento das civilizações.
"O fato de que a Crimeia se tornou independente da Ucrânia e se juntou à Rússia é um exemplo da construção da civilização conforme o segundo modelo. As pessoas, que vivem nessa região, vão se definir de maneira diferente e isso fortalecerá consideravelmente os países do bloco oriental", conclui o especialista.