Nesta quarta-feira (21), o jornal russo Rossiyskaya Gazeta publicou um artigo de Gorbachev em que ele comenta que era necessário e possível reformar a União Soviética, evitando a sua desintegração.
"Apesar de tarde, escolhemos este caminho (…) Mas não conseguimos cumprir esta tarefa e assumo minha parte de responsabilidade", escreveu o ex-líder soviético, destacando, no entanto, que "tem sua consciência limpa".
Gorbachev garantiu, que inclusive após a tentativa de golpe de Estado em agosto de 1991, após o qual as repúblicas passaram a aprovar suas declarações de independência, era possível alcançar um acordo entre elas para criar uma união confederativa.
"As conversas foram difíceis, mas o projeto de um acordo chegou a ser elaborado", revelou o ex-líder.
De qualquer forma, segundo ele, o uso de força era totalmente inaceitável para tentar salvar a URSS.
"Os métodos políticos já estavam esgotados. Deveríamos ter recorrido ao uso de força? Claro que não. Isso poderia desencadear um grande incêndio na casa ou, dito em outras palavras, poderia desencadear uma guerra", afirmou Gorbachev.
Ele explicou, que em um país como a URSS, sobrecarregado de problemas, conflitos e armas, o uso de força representava um risco inadmissível.