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'Projeto Humanitário Somos Iguais' ajuda integrar refugiados no Brasil

© Divulgação/Projeto Somos IguaisO Coral Somos Iguais e o maestro na apresentação do concerto de Natal
O Coral Somos Iguais e o maestro na apresentação do concerto de Natal - Sputnik Brasil
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Refugiados da Síria, Congo e Angola que escolheram o Brasil para recomeçar suas vidas, ainda estão tentando conquistar espaços na sociedade. Para facilitar essa integração a voluntária de causas sociais, Daniela Guimarães criou um Projeto Humanitário para dar suporte a essas vítimas de guerra e perseguição, que vêem no Brasil um novo lar.

Conforme dados do Governo Federal, atualmente, o Brasil abriga cerca de 9 mil refugiados de 79 nacionalidades, e aproximadamente 26 mil solicitantes. O Projeto Humanitário foi reconhecido e tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). 

Dentro do Projeto Humanitário independente de Daniela foi criado o Coral Somos Iguais, formado por 25 crianças de famílias refugiadas, que foram abraçadas pelo renomado pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins e juntos estão realizando emocionantes concertos de Natal, em São Paulo.

© Divulgação/Projeto Somos IguaisDaniela e o maestro João Carlos Martins
Daniela e o maestro João Carlos Martins - Sputnik Brasil
Daniela e o maestro João Carlos Martins

Em entrevista exclusiva para a Sputnik, Daniela Guimarães contou que todo seu engajamento em prol de ajudar os refugiados teve início ao conhecer uma família Síria. A partir daí a sua forma de ajudar se tornou o Projeto Humanitário.

"Eu acabei me sensibilizando com a causa dos refugiados depois que eu conheci a história de uma família síria. Eu fiquei pensando em como eu poderia ajudar aquela família a amenizar, a sair daquela situação. Foi quando eu comecei a fazer contato com ONGs e organizações que eu conheço para relatar pessoalmente o problema dessas pessoas e pedir ajuda. Às vezes cheguei até a levar uma dessas pessoas pessoalmente para o relato ser mais verídico e assim eles poderiam enxergar a enorme necessidade que existia em ajudar essas pessoas, já que eu sou uma simples voluntária individual."

Daniela ressalta que as dificuldades enfrentadas pelas famílias refugiadas no Brasil ainda são grandes, que passam inicialmente pelos obstáculos da língua e culturas diferentes, até as situações mais comuns, inclusive para os brasileiros que é acesso ao trabalho, educação e à saúde. É justamente dando esse suporte para resolver as dificuldades do dia-a-dia, além do apoio social que o Projeto Humanitário e seus parceiros atuam. "Eu procuro sempre estar presente na vida deles, conversando por telefone, levando para sair sair, passear e tento ajudar a resolver algumas necessidades tem, tipo com trabalho autônomo, que foi uma oportunidade que eu dei, já que nosso país está em crise econômica. Eu acho que eu poderia ajudá-los no sentido de conseguir a doação de máquinas e equipamentos para eles terem uma oportunidade de trabalho autônomo em casa, nos lugares onde eles estão hospedados ou morando."

© Divulgação/Projeto Somos IguaisDaniela Guimarães e um bebê refugiado assistido pelo projeto
Daniela Guimarães e um bebê refugiado assistido pelo projeto - Sputnik Brasil
Daniela Guimarães e um bebê refugiado assistido pelo projeto

A voluntária social tem feito a ponte entre os refugiados e parceiros em diversas situações, como conseguir bolsas de estudo, validação do diploma estrangeiro com uma universidade de referência internacional, além de fechar apoio em atendimento médico para eles no país.

© Divulgação/Projeto Somos IguaisCrianças reunidas para o ensaio do Coral Somos Iguais
Crianças reunidas para o ensaio do Coral Somos Iguais - Sputnik Brasil
Crianças reunidas para o ensaio do Coral Somos Iguais

Segundo Daniela, o Coral Somos Iguais surgiu a partir de um evento realizado para a obtenção de equipamentos para o trabalho das famílias e tem hoje o foco principal a moradia. Como as crianças vinham com as mães refugiadas e não ficarem sem ter o que fazer, a voluntária social teve a ideia de ensinar música para elas, e o que inicialmente seria para apenas uma apresentação no evento, o espetáculo acabou ganhando asas e o apadrinhamento do maestro João Carlos Martins, que se encantou com o projeto. "O maestro foi muito generoso, quando eu fiz o convite de colocar o Coral nessas apresentações que ele costuma fazer anualmente. Ele colocou o Coral para poder apresentar quatro músicas, uma delas é uma refugiada síria que está cantando uma música solo junto com um tenor. Está sendo um sucesso enorme, porque quem está por perto sente o sentimento de amor que esse Coral passa."

© Divulgação/Projeto Somos IguaisDaniela se divertindo com as crianças refugiadas
Daniela se divertindo com as crianças refugiadas - Sputnik Brasil
Daniela se divertindo com as crianças refugiadas

Daniela ressalta o Coral é um exemplo de que mesmo reunindo pessoas, culturas, raças, credos tão diferentes é possível a convivência pacífica.

"Essa proposta veio por tudo que está acontecendo no país de origem deles de causar uma convivência mais pacífica entre as crianças do Coral e dizer com a letra das músicas e até mesmo com a convivência de culturas diferentes não vai influenciar na base cultural e religiosa de cada uma delas. A proposta desse projeto fala do exemplo da união perante as diferentes culturas. Eles estão aprendendo a respeitar cada um sem transformar em guerra pequenos mal estares que tem devido as diferenças."

© Divulgação/Projeto Somos IguaisO próximo passo de Daniela e José Carlos Martins e expandir o Projeto Humanitário para os refugiados fora do Brasil
O próximo passo de Daniela e José Carlos Martins e expandir o Projeto Humanitário para os refugiados fora do Brasil - Sputnik Brasil
O próximo passo de Daniela e José Carlos Martins e expandir o Projeto Humanitário para os refugiados fora do Brasil

Sobre o preconceito ainda presente por parte de brasileiros, que acham que o país está em crise e não tem que gastar e permitir a entrada de estrangeiros para não ocupar espaços no país, como em postos de trabalho, Daniela enfatiza a importância da solidariedade em se colocar no lugar dessas famílias que tiveram que deixar tudo para trás e só pedem uma chance de continuar a viver em paz.

"Como diz o nome do Projeto Somos Iguais, Se Coloque no Lugar, se nós nos colocarmos no lugar do outro, nós vamos ver que queremos também uma oportunidade. Eu acredito que nós não temos só que acolher, nós temos que dar oportunidades. O Projeto Humanitário foi criado justamente para dar um alívio ao Governo para ajudar essas pessoas, já que nosso país está em crise e tem obrigações com os cidadãos brasileiros. Nunca devemos abandonar quem Deus coloca em nosso caminho para ajudar. É o que eu sempre fiz, faço e vou continuar fazendo. O mundo não precisa de opiniões e discursos, ele precisa mesmo é de atitudes, independente de quem somos, do que fazemos, independente dos nossos defeitos ou de nossas qualidades. É o que eu e o maestro estamos tentando fazer em prol a causa e toda a equipe que está se unindo a nós."

Para o próximo ano, Daniela e seus parceiros pretendem levar o Projeto Humanitário para além do Brasil e ajudar os refugiados que estão também em outros países.

 

 

 

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