As centrais Força Sindical e a CSB, a Central dos Sindicatos Brasileiros comemoraram e elogiaram o pacote.
O secretário-geral da Força Sindical, Carlos Juruna disse ser positiva a valorização do acordo coletivo, exaltando a possibilidade de mais diálogo entre trabalhadores e patrões.
"Esse passo é importante para o diálogo, fortalecendo a presença sindical dos trabalhadores no ambiente de trabalho. Eu creio que fará com que o diálogo trabalhadores e empresários com certeza diminuirá os processos trabalhistas."
Outros sindicalistas, no entanto, encaram as mudanças com cautela. O presidente da Nova Central, José Calixto criticou que o governo não apresentou as propostas com antecedência e afirmou que as mudanças não são exatamente um presente para o trabalhador.
"Na verdade, não estamos recebemos como presente. Você vai trabalhar 10 horas em um lugar, 10 horas em outro, como é que fica isso? São coisas profundas para o trabalhador discutir. Eu não esperava isso. Eu esperava uma coisa mais positiva para nós, mais pé no chão."
Ainda segundo José Calixto, a Central vai ser reunir no dia 11 de janeiro para analisar as medidas e tomar uma posição.
Compartilhando da mesma opinião, o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah ressaltou que para que o trabalhador não seja prejudicado será preciso mudar pontos no projeto de lei. Para Ricardo, o fato de não ser uma medida provisória é positivo pois, a reforma trabalhista ainda pode ser alterada no Congresso. "Bomba de Natal já não é mais, ela foi desativada. Presente de Natal também não podem exagerar que seja. Nós temos que realmente negociar, valorizar a negociação coletiva, que é o espírito mais importante do movimento sindical, só que tem que tem algumas regras, para que não saiam situações que vão prejudicar o trabalhador."
Em suas redes sociais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) fez duras críticas a reforma trabalhista anunciada pelo governo. A CUT classificou "como ineficaz, inoportuno e autoritário o projeto."
Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, a medida é um pacote de maldades e não vai resolver a grave situação política, econômica e institucional que o país atravessa, e inoportuno, por ter sido apresentada em um momento de instabilidade política, social e institucional e às véspera do Natal.
"Além de não atacar a estagnação econômica, a crise da indústria e o desemprego que atinge milhões de famílias, não propõe a criação de empregos. É típico de um governo sem nenhuma credibilidade, que está com popularidade semelhante à de (Fernando) Collor quando assumiu a presidência, confiscando a poupança dos trabalhadores. Está totalmente fora da realidade e não terá efeitos positivos; teria de ter sido apresentado em um outro momento, e não às vésperas do Natal, acabando com o fim de ano dos trabalhadores", criticou.
Para a CUT, a maioria dos trabalhadores está desprotegida, pois estão sem sindicatos ou com sindicatos fracos, o que poderia prejudicar funcionários em uma negociação direta com os patrões.
A Central ainda negou, ao contrário do que disse o presidente Michel Temer à imprensa, que a CUT não foi chamada e tampouco negociou o pacote com o governo.